sábado, 2 de setembro de 2023

110 ANOS DO NASCIMENTO DE MINHA MÃE


Minha mãe, Irene de Almeida Novis, era filha de cuiabanos e neta de baiano de Salvador casado com cuiabana.


Nasceu na Usina do Itaicy por acaso, no município de Santo Antônio de Leverger, e era cuiabana por adoção.


Casou-se em julho de 1934 com o comerciante cuiabano Olyntho Neves,  filho de um cuiabano casado com uma carioca.


Dessa união ganharam nove filhos, sendo cinco mulheres e quatro homens.


Todos foram educados e concluíram o ensino médio e superior.


Dos homens, dois são médicos, um é economista e outro, bacharel em direito.


Das mulheres, uma é pedagoga, outra assistente social e três são normalistas.


Ficou órfã de mãe muito criança e foi criada pela sua madrinha e parentes no bairro do Porto, em casarões da rua 15 de novembro.


Já crescida, veio morar com seu pai na rua Voluntários da Pátria, entre as ruas de Cima e do Meio, para estudar no Grupo Escolar.


Minha mãe era inteligente, autodidata e criativa.


Ela “pegava as coisas no ar e aprendia com extrema velocidade”.


Era uma autodidata e foi obrigada a interromper seus estudos no primário para cuidar dos afazeres domésticos.


Sabia cozinhar, cuidava da limpeza da casa, costurava, fazia compras, ajudava seu pai no consultório nas cirurgias que ele praticava com eficiência, era namoradeira, faceira e gostava de passear no jardim e fazer visitas.


Minha mãe tinha imensa vida social comparecendo aos casamentos, batizados, aniversários, missas aos domingos na Matriz, usava véu, confessava e comungava.


Visitava os enfermos, comparecia aos velórios, enterros e missas de sétimo dia.


Minha mãe educou seus noves filhos dentro dessa linha de muito amor e austeridade.


Meu pai trabalhava no bar e ela cuidava das crianças em casa.


Com apenas o ensino primário completo ela ajudou todos os seus filhos nas tarefas escolares, até o ensino superior.


Acordava de madrugada para estudar conosco, inclusive ensinando espanhol, francês e inglês, que aprendeu para poder nos ensinar.


Mãe extremamente dedicada, que “morreu para o mundo” para nos educar.


Sinto uma saudade doída todas as vezes que me lembro dela.


A sua presença está sempre ao meu lado com a sua sabedoria me guiando nas curvas da vida.


Beijos mãe, pelo dia do seu aniversário!


Gabriel Novis Neves

02-09-2023




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