segunda-feira, 11 de setembro de 2023

JOGO PARA BRINCAR


Único jogo que pratico para passar o meu tempo atualmente é assistir aos jogos de futebol pela TV.


Assim mesmo não gosto de assistir as cobranças de pênaltis e os minutos da prorrogação quando o jogo está empatado ou a diferença é mínima.


Tive tudo para ser um jogador inveterado.


Morei na casa do meu avô materno aos seis anos de idade e ele era viúvo e aposentado.


Sua casa era um verdadeiro cassino com várias mesas preparadas para o jogo de xadrez


O “expediente” começava às oito da manhã e terminava na hora do almoço, ficando sempre um colega para lhe fazer companhia com os deliciosos quitutes da Petita, sua cozinheira de muitos anos.


Após a sesta e o copinho do guaraná ralado em casa, a jogatina continuava até às nove da noite, quando seus companheiros se retiravam.


Conheci personalidades ilustres da cidade nessa época jogando xadrez na casa do meu avô.


Ele me ensinou a jogar damas e depois o xadrez que aprendi um ano antes de ser alfabetizado no Grupo Escolar em 1942.


O xadrez me ensinou a raciocinar, planejar, prestar atenção naquilo que estava fazendo e no meu parceiro.


Ter paciência, saber que no xadrez a peça mais importante, que é a rainha, nem sempre vence, e todas as peças são importantes para vencer uma batalha, como na vida.


No jogo de xadrez, às vezes para ganhar uma partida temos que trocar a peça mais importante (rainha) para a de menor valor (peão) no tabuleiro.


Comecei a frequentar a escola pública diferente da maioria dos meus colegas que sabiam escrever o seu nome, contar até dez e tinham noções de tabuada.


Eu era totalmente analfabeto, mas o único que sabia jogar xadrez, e bem.


Sabia raciocinar, planejar, prestar atenção, igualdade das pessoas e isso foi fundamental na minha escolaridade em todos os graus de instrução.


Quando secretário de educação do Estado em dois períodos diferentes, tentei implantar a disciplina “jogo de xadrez” como disciplina do ensino fundamental, mas não foi possível.


No bar do meu pai jogava-se "bozó" nas mesas e ela comprava nem sempre, bilhetes lotéricos da Caixa Econômica Federal.


No Adauto Botelho comprei uma mesa de bilhar, lugar de lazer para pacientes, funcionários e médicos.


Joguei muito xadrez com a minha mãe e até hoje possuo uma mesa com o tabuleiro, as peças do xadrez e está inativo por falta de parceiros.


Não suporto perder em jogos e tento evitá-los para não me aborrecer.


Até a mega – sena não jogo mais, pois acho impossível ganhar, embora saiba que ganham.


Não sou muito ruim de sorte no jogo, pois, já ganhei numa rifa que fui obrigado a comprar anos atrás para ajudar a festa de São Lucas dos médicos um automóvel zero quilômetro.


Hoje, quando sou obrigado a comprar um número de rifa, dou de presente a quem me vendeu.


Ninguém me falou se ganhou.


Eu não sei perder, por isso evito as possibilidades de aborrecimentos, e um é o jogo, especialmente o futebol quando o meu time vai bem nos campeonatos que disputa.


Gabriel Novis Neves

15-08-3023






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