Muito
mais dolorosas que as traições no campo afetivo- sexuais são as que ocorrem no
Palácio do Planalto.
Em
reuniões às portas fechadas decide-se em meio a diversas baixarias os nomes
para as presidências da Câmara e do Senado, cargos talvez mais ou tão
influentes quanto o de Presidente da República.
Deles
depende, inclusive, nesse momento crucial brasileiro, a abertura ou não de CPIs
para constatação de irregularidades variadas no poder executivo.
Figurões
da política mundial estão acostumados às traições que os próprios cargos
condicionam e, durante a sua ascensão ao poder, vão se acostumando ao ato de trair
e de serem traídos, fatos esses que já fazem parte do DNA da política.
Isso
aqui entre nós, que costumamos desprezar as leis, assume ares de total
desrespeito.
Fala-se
de um ditado que diz que “primo e pombo” são os dois “Ps” que sujam uma casa. Só
não incluíram os maus políticos, com certeza os mais danosos.
Não
por acaso que nas últimas décadas a população de diversos países está se
tornando cada vez mais anárquica, tudo em função da forma como são governados –
cada vez menos ética.
Falando
da dificuldade em criar filhos, costumávamos dizer que eles não vinham com
bula, mas que seus pais, sim, vinham com um roteiro.
Atualmente
nem com isso podemos contar, uma vez que os pais também estão perdidos nesse
manancial de condutas irreverentes que nos cercam.
Segundo
comentaristas políticos - frequentadores obrigatórios do meio - nada mudou no
cenário brasileiro, e o “toma lá dá cá” continua o grande lema.
Enquanto
isso, a população como um todo, aturdida, blindada no sentido de qualquer
revide, caminha atônita, deprimida, torcendo apenas para o que está ruim ainda
não se torne pior.
Afinal,
“que país é esse”? Já questionava uma famosa letra de música por todos reverenciada há alguns anos atrás.
A
vida seguiu, as pessoas foram ficando cada vez mais inseguras, a corrupção
maior e mais visível e a mesma pergunta continua sendo feita, só que não
sabemos mais a quem...
Não
mostrar a cara nem o grau de afundamento em que nos encontramos parece ser a
grande traição política ao povo brasileiro, no mínimo, sedento de
transparência.
Gabriel
Novis Neves
31-01-2015
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