Geraldo
Vandré na década de sessenta teve a felicidade de compor uma música que se
tornou o hino oficial dos estudantes que lutavam contra a ditadura militar.
“Quem sabe faz a hora não espera acontecer”...
era o que ouvíamos em todas as manifestações contra o regime instalado no
Brasil.
Até
hoje nos protestos de rua quando alguém puxa o velho refrão é logo acompanhado
por todos.
Se
os nossos políticos refletissem sobre esse verso da canção de título romântico
(Para não dizer que não falei das flores) este país seria outro, bem melhor.
Quantos
dissabores, aborrecimentos e tragédias seriam evitados.
Como
exemplo recente: se a presidente não se candidatasse à reeleição, muitas
esperanças estariam a nos alimentar neste momento de crise mundial.
Na
sequência do “se” está a grande mensagem da humildade inexistente em quase
todos os nossos governantes, muitos adeptos do autoritarismo e da prepotência.
O
resultado é o esgarçamento da corda do poder, que sempre rompe do lado mais
fraco, que é o da classe dos trabalhadores.
Os
desmandos dos quais somos vítimas tem como causa principal o desgaste de um
prolongado exercício do poder.
O
apego às benesses dessa função de grande visibilidade, aliado ao inevitável
charme das mordomias, faz com que erros visíveis e imperdoáveis se transformem
em pequenos deslizes por aqueles que têm por obrigação zelar pelo patrimônio
nacional.
Alguns,
que há décadas trafegam com desenvoltura pelas altas esferas do poder, de há
muito deveriam ter abandonado seus postos para o necessário rejuvenescimento do
nosso sistema governamental.
Jovens
entram na “profissão de políticos” e, já gagás, com um passado de inutilidades,
muitas vezes nada abonador, insistem, como na antiga marchinha carnavalesca,
com o “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.
A
carneirada a tudo acompanha com resignação.
Um
dia “a casa cai”, e a culpa será da democracia.
Chegou
o momento dos nossos mandatários fazerem a hora, pois o país já não os aguenta
mais.
Gabriel
Novis Neves
17-01-2015
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