quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Crenças e dogmas


Mitos e dogmas acompanham a humanidade desde que o mundo é mundo.
A dificuldade do homem em enfrentar os seus medos, inclusive o maior de todos, o da morte, foi sempre o grande responsável pelo aparecimento de inúmeras crenças.
Essas poderiam fortalecê-lo e ajudá-lo a melhor conviver com as injustiças do acaso.
Além disso, todas tinham a finalidade de divulgar preceitos higiênicos e condições mais harmoniosas de vida coletiva.
Em última análise, todas visavam conter as feras que nos habitam, tornando-as pessoas melhores, mais compreensivas, menos agressivas e, principalmente, mais tolerantes e respeitosas em relação ao outro.
Cada civilização tratou de cultivar as suas crenças e, assim, o mono e o politeísmo estiveram presente desde os primórdios da vida na Terra.
Infelizmente os objetivos não foram cumpridos. Pelo contrário, o mundo se tornou esse mar de sangue que nos envergonha e atormenta até os dias atuais.
Em nome de Deus o mundo viveu as “Guerras Santas”, os martírios de todo tipo, a queima nas fogueiras daqueles que ousavam questionar os mitos e dogmas vigentes.
Em 1572, conta a história, que setenta mil protestantes foram mortos numa barbaridade que ficou conhecida como o Massacre de S. Bartolomeu.
Isso caracterizava o início do fundamentalismo ocidental.
Desde então, até os nossos dias, essas manifestações de intolerância religiosa só fizeram aumentar, inclusive em países ditos mais desenvolvidos.
Após os estudos de Darwin, com suas teorias evolucionistas, houve no mundo certa tendência em questionar a teoria criacionista anteriormente aceita pela maior parte da humanidade.
Aumentou muito o número de agnósticos, tudo em razão de conhecimentos científicos que tentam explicar a origem do mundo.
País como a Inglaterra, tradicionalmente de religião anglicana, já possui 50% da sua população formada por agnósticos.
Em pleno século XXI, vemos recrudescer o fanatismo religioso de todo tipo, seja ele contra o islamismo, judaísmo, religiões africanas e até contra o budismo, religião conhecida pelo pacifismo pregado.
O fundamentalismo islâmico, representado apenas por uma pequeníssima parte da comunidade muçulmana, vem aterrorizando o mundo ocidental com seu fanatismo religioso e suas ideias radicais.
As causas disso estão também, e muito, ligadas às políticas equivocadas entre o Ocidente e o Oriente.
Esperamos que as manifestações maciças da sociedade ocorridas recentemente na França e em outros países europeus atentem para a responsabilidade dos vários Estados em conduzir as suas políticas e, não somente, se unirem às massas em eventos trágicos para angariar aumento de popularidade.
Esses episódios trazem à tona a necessidade de repensar o papel das chamadas lideranças mundiais.
Estarão elas cumprindo a sua missão de representar os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade” exigidos por seus eleitores?
A nós, como sociedade, resta apenas bom senso para respeitar as diferenças e discuti-las, tão somente, ao nível das ideias e, nunca, ao nível das armas.

Gabriel Novis Neves
14-01-2015

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