Mitos
e dogmas acompanham a humanidade desde que o mundo é mundo.
A
dificuldade do homem em enfrentar os seus medos, inclusive o maior de todos, o
da morte, foi sempre o grande responsável pelo aparecimento de inúmeras
crenças.
Essas
poderiam fortalecê-lo e ajudá-lo a melhor conviver com as injustiças do acaso.
Além
disso, todas tinham a finalidade de divulgar preceitos higiênicos e condições
mais harmoniosas de vida coletiva.
Em
última análise, todas visavam conter as feras que nos habitam, tornando-as
pessoas melhores, mais compreensivas, menos agressivas e, principalmente, mais
tolerantes e respeitosas em relação ao outro.
Cada
civilização tratou de cultivar as suas crenças e, assim, o mono e o politeísmo
estiveram presente desde os primórdios da vida na Terra.
Infelizmente
os objetivos não foram cumpridos. Pelo contrário, o mundo se tornou esse mar de
sangue que nos envergonha e atormenta até os dias atuais.
Em
nome de Deus o mundo viveu as “Guerras Santas”, os martírios de todo tipo, a
queima nas fogueiras daqueles que ousavam questionar os mitos e dogmas
vigentes.
Em
1572, conta a história, que setenta mil protestantes foram mortos numa
barbaridade que ficou conhecida como o Massacre de S. Bartolomeu.
Isso
caracterizava o início do fundamentalismo ocidental.
Desde
então, até os nossos dias, essas manifestações de intolerância religiosa só
fizeram aumentar, inclusive em países ditos mais desenvolvidos.
Após
os estudos de Darwin, com suas teorias evolucionistas, houve no mundo certa
tendência em questionar a teoria criacionista anteriormente aceita pela maior
parte da humanidade.
Aumentou
muito o número de agnósticos, tudo em razão de conhecimentos científicos que
tentam explicar a origem do mundo.
País
como a Inglaterra, tradicionalmente de religião anglicana, já possui 50% da sua
população formada por agnósticos.
Em
pleno século XXI, vemos recrudescer o fanatismo religioso de todo tipo, seja
ele contra o islamismo, judaísmo, religiões africanas e até contra o budismo,
religião conhecida pelo pacifismo pregado.
O
fundamentalismo islâmico, representado apenas por uma pequeníssima parte da
comunidade muçulmana, vem aterrorizando o mundo ocidental com seu fanatismo
religioso e suas ideias radicais.
As
causas disso estão também, e muito, ligadas às políticas equivocadas entre o
Ocidente e o Oriente.
Esperamos
que as manifestações maciças da sociedade ocorridas recentemente na França e em
outros países europeus atentem para a responsabilidade dos vários Estados em
conduzir as suas políticas e, não somente, se unirem às massas em eventos
trágicos para angariar aumento de popularidade.
Esses
episódios trazem à tona a necessidade de repensar o papel das chamadas
lideranças mundiais.
Estarão
elas cumprindo a sua missão de representar os ideais de “liberdade, igualdade e
fraternidade” exigidos por seus eleitores?
A
nós, como sociedade, resta apenas bom senso para respeitar as diferenças e
discuti-las, tão somente, ao nível das ideias e, nunca, ao nível das armas.
Gabriel
Novis Neves
14-01-2015
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