sábado, 15 de junho de 2013

SALÁRIOS

Sou a favor de salários dignos aos funcionários públicos, respeitando a isonomia dos poderes e os tetos constitucionais.
O servidor público tem que ser bem remunerado para responder com serviços de qualidade e não cair em tentação.
Estou com o computador ligado em um site local, onde se comenta o salário dos membros do poder judiciário. 
Nada contra, não fosse o enorme fosso existente entre os salários dos funcionários do poder executivo e dos outros poderes.
Se o governo reconhece o valor dos servidores do judiciário, nada como melhorar o salário dos professores deste país. 
É gritante a falta de alinhamento entre os salários dos funcionários do governo.
Cada dia fica mais difícil motivar jovens para carreiras nas áreas da educação e saúde.
As próprias famílias sentem-se frustradas quando um filho escolhe a educação como profissão. O jovem sofre uma imensa pressão psicológica para abandonar essa ideia.
Não raro, após se formar, os pais lutam para que o filho consiga um emprego no Tribunal de Justiça, onde não precisará fazer três turnos de trabalho de professor para conseguir um salário de telefonista.
O curso de medicina é hoje procurado para formar jovens que pretendem ganhar dinheiro trabalhando na área do rejuvenescimento.
O mercado de trabalho não aceita - e não formamos mais - profissionais para as áreas básicas da saúde.
Em extinção está há algum tempo o médico generalista ou da família, o clínico geral, cirurgião geral, pediatra e o médico da mulher.
Formar após seis anos de estudos, fazer de três a cinco anos de residência médica, enfrentar um concurso público, para depois serem recompensados com um salário injusto, é uma afronta à dignidade de quem estuda. 
Ninguém conseguirá resolver a situação dos servidores públicos, especialmente os do executivo.
E o teto do funcionalismo? Como e para quem funciona?
Como jamais haverá justiça no salário dos servidores públicos, apesar de pagarmos impostos absurdos para manter privilégios a alguns, continuaremos no ranking dos países com piores serviços prestados à população.
Os prejuízos produzidos por essa política irracional de ‘Matheus primeiro os meus’, propicia acúmulo de atrasos ao nosso desenvolvimento.
É incompreensível manter por meses todas as universidades públicas fechadas em um país de índices educacionais africanos.
E a nossa saúde pública sucateada. Isto só é possível na terra dos marajás.
“Difícil compreender como no vasto mundo falta espaço precisamente para os pequenos.” Carlos Drummond de Andrade.

Gabriel Novis Neves       
30-05-2013

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