É
um conjunto de qualidades morais. Um em especial me preocupa - o sentimento de
culpa. Não entendo como algumas pessoas, sem motivo aparente, são maltratadas
por ele.
Como
diz a sabedoria popular, quem não deve não teme.
Dizem
os psiquiatras que esse estado de verdadeira autopunição traduz uma neurose.
Todos
sabem que ninguém nasce neurótico. Esta doença, tão frequente nos nossos dias,
é adquirida. Às vezes logo no primeiro ano de vida, causada por problemas
educacionais, culturais, familiares, doenças orgânicas, abandono pelos pais
biológicos, desamor e outros.
Com
o nosso crescimento biológico, novos traumas nos acometem, deixando cicatrizes
incuráveis, pois as neuroses não têm cura.
O
sofrimento desse transtorno é tão cruel que, na vida adulta, mesmo com tudo
favorável, somos surpreendidos pela sensação de culpa.
Os
mecanismos de sobrevivência emocional dos seres humanos são extremamente
complexos, e fogem de todas as práticas racionais e científicas de tratamento,
já que não há cura para esse transtorno, e sim, entendimento das suas origens.
Considero
a educação o fator preponderante na prevenção das neuroses. Aquela castrativa,
punitiva, autoritária, não tolerante ao prazer, disseminaram, entre outras
formas de distúrbios emocionais, o sentimento de culpa.
A
neurose, qual epidemia, é altamente contagiosa, mesmo não sendo bacteriana ou
virótica, e os exemplos são traduzidos nas insatisfações manifestadas pela
desvalorização da vida.
Com
a maturidade e o apoio de um bom analista, entendemos as causas, mas não nos
livramos da dor do sentimento de culpa.
Este
sentimento sem causa aparente é uma das dificuldades que atormentam os seres
humanos.
É
o paradoxo de gostar de alguém pelo que ele não é.
A
vida, realmente, tem que ser vivida, e não, entendida.
Gabriel Novis Neves
29-05-2013
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