Conversando
com um amigo ele me disse que o leitor não gosta de articulistas que escrevem
mostrando e denunciando a parte cruel da vida. Diz ele que prefere os
ufanistas.
Tenho
dificuldades para exercer essa tarefa de louvação, que só favorecem os
privilegiados.
Prefiro
errar e lutar pelas causas justas e antipáticas a me omitir diante dos
descalabros que tomaram conta deste país.
O
noticiário demonstra a situação de calamidade de seis municípios do nosso
Estado por conta do período das chuvas, segundo nossas autoridades.
Este
cenário é repetido todos os anos, e as providências não passam de discursos de
ocasião, sempre repetitivos e terceirizando a negligência.
O
programa “MT 100% equipado” foi vendido, por um bom preço, à nossa população.
Este programa foi apresentado como a solução definitiva para esse crônico
problema social e econômico.
Na
ocasião da propaganda enganosa os tratores salvadores ficaram expostos durante
muito tempo em uma das principais avenidas de Cuiabá. Foram exibidos como o
troféu do extermínio do adversário cruel das rodovias de escoamento das nossas
riquezas.
Tudo
nos era favorável, segundo o governo. O Diretor Geral do Departamento Nacional
de Infraestrutura (DNIT) era de Mato Grosso. Conhecia como poucos os nossos
problemas.
A cúpula do governo era formada, na sua imensa maioria, por fazendeiros. O
governador da época gozava de grande prestígio junto ao presidente da
República.
Mudou
o comando do governo da continuidade. A "Faxineira" manda para casa o
nosso representante chefe do DNIT.
Os
recursos federais, cada vez mais rarefeitos, são alocados para atender a
prioridade nacional - as caríssimas obras para a Copa do Mundo.
O
nosso Estado está descapitalizado. Os municípios atingidos pelo desastre
ecológico não têm condições de prestar ajuda necessária para aquelas famílias
isoladas.
O
quadro é de terror e desespero. Atoleiros quilométricos, onde sucumbem carretas
e caminhões. Pontes quebradas completam o quadro desolador.
Passado
o período das chuvas, o assunto é esquecido pelos nossos governantes. Até que
ele volte ano que vem causando os mesmos problemas.
Os
buracos nas estradas do Estado impedem o mínimo de trafegabilidade nas rodovias
municipais, estaduais e federais. É o caos. E o governo alega falta de recursos
para a manutenção dessas importantes vias de escoamento.
O
Brasil passa por falta de planejamento e investimento no nosso setor
energético, camuflado por declarações inconsistentes do comando federal.
A
previsão da receita para o município de Cuiabá despencou, embora os vereadores
tenham votado os seus próprios aumentos salariais. Coisas do Samba do Crioulo
Louco.
Em
cinco Estados: Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina,
o Ministério Público paga auxílio-moradia a todos os promotores e procuradores
ativos, indistintamente.
O
procurador da República Mário Bonsaglia votou como relator da matéria pela
suspensão do benefício.
Finalmente,
uma notícia ufanista.
A
Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, que desfilou na Sapucaí com
dinheiro do contribuinte cuiabano, não foi rebaixada do Grupo Especial.
A
simpática e eficiente foliona presidente da Petrobrás, no asfalto do
Sambódromo, achou um horror que a Mangueira tenha “tentado” homenagear Cuiabá.
Há
uma luz no fundo do poço da nossa ex-principal Estatal. Será em parte
privatizada. Quem diria!
Será
que essas informações não devem ser socializadas?
Isso
acontece sempre conosco.
Gabriel Novis Neves
24-05-2013
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