quarta-feira, 5 de junho de 2013

SEMPRE NÓS

Conversando com um amigo ele me disse que o leitor não gosta de articulistas que escrevem mostrando e denunciando a parte cruel da vida. Diz ele que prefere os ufanistas.
Tenho dificuldades para exercer essa tarefa de louvação, que só favorecem os privilegiados.
Prefiro errar e lutar pelas causas justas e antipáticas a me omitir diante dos descalabros que tomaram conta deste país.
O noticiário demonstra a situação de calamidade de seis municípios do nosso Estado por conta do período das chuvas, segundo nossas autoridades.
Este cenário é repetido todos os anos, e as providências não passam de discursos de ocasião, sempre repetitivos e terceirizando a negligência.
O programa “MT 100% equipado” foi vendido, por um bom preço, à nossa população. Este programa foi apresentado como a solução definitiva para esse crônico problema social e econômico.
Na ocasião da propaganda enganosa os tratores salvadores ficaram expostos durante muito tempo em uma das principais avenidas de Cuiabá. Foram exibidos como o troféu do extermínio do adversário cruel das rodovias de escoamento das nossas riquezas.
Tudo nos era favorável, segundo o governo. O Diretor Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) era de Mato Grosso. Conhecia como poucos os nossos problemas. 

A cúpula do governo era formada, na sua imensa maioria, por fazendeiros. O governador da época gozava de grande prestígio junto ao presidente da República.

Mudou o comando do governo da continuidade. A "Faxineira" manda para casa o nosso representante chefe do DNIT.
Os recursos federais, cada vez mais rarefeitos, são alocados para atender a prioridade nacional - as caríssimas obras para a Copa do Mundo.
O nosso Estado está descapitalizado. Os municípios atingidos pelo desastre ecológico não têm condições de prestar ajuda necessária para aquelas famílias isoladas.
O quadro é de terror e desespero. Atoleiros quilométricos, onde sucumbem carretas e caminhões. Pontes quebradas completam o quadro desolador.
Passado o período das chuvas, o assunto é esquecido pelos nossos governantes. Até que ele volte ano que vem causando os mesmos problemas.
Os buracos nas estradas do Estado impedem o mínimo de trafegabilidade nas rodovias municipais, estaduais e federais. É o caos. E o governo alega falta de recursos para a manutenção dessas importantes vias de escoamento.
O Brasil passa por falta de planejamento e investimento no nosso setor energético, camuflado por declarações inconsistentes do comando federal.
A previsão da receita para o município de Cuiabá despencou, embora os vereadores tenham votado os seus próprios aumentos salariais. Coisas do Samba do Crioulo Louco.
Em cinco Estados: Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina, o Ministério Público paga auxílio-moradia a todos os promotores e procuradores ativos, indistintamente.
O procurador da República Mário Bonsaglia votou como relator da matéria pela suspensão do benefício.
Finalmente, uma notícia ufanista.
A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, que desfilou na Sapucaí com dinheiro do contribuinte cuiabano, não foi rebaixada do Grupo Especial.
A simpática e eficiente foliona presidente da Petrobrás, no asfalto do Sambódromo, achou um horror que a Mangueira tenha “tentado” homenagear Cuiabá.
Há uma luz no fundo do poço da nossa ex-principal Estatal. Será em parte privatizada. Quem diria!
Será que essas informações não devem ser socializadas?
Isso acontece sempre conosco.

Gabriel Novis Neves
24-05-2013

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