Depois
que Freud e Yung desvendaram os mistérios do nosso inconsciente, as nossas
emoções passaram a ter um entendimento.
Eles
nos fizeram lembrar e interpretar fatos que a nossa memória tinha arquivado.
Com
a expectativa de vida aumentando, os idosos começaram a ter problemas de
esquecimento.
Onde
deixei a chave de casa? Como se chama o meu médico? Qual o número do meu CPF?
Essas
pequenas coisas interferem na qualidade de vida das pessoas.
Outro
alemão descobriu essa doença genética degenerativa que hoje atinge milhares de
pessoas em todo o mundo.
Chamada
por muitos como a “Doença do Alemão”, hoje é possível, pelo exame do DNA, saber
da possibilidade que uma pessoa tem de desenvolver a Doença de Alzeihmer.
Os
acometidos por esse mal perdem totalmente a memória.
Afinal
de contas, a memória é tão importante para sermos felizes lembrando os fatos
passados em nossas vidas, e não apagando as bobagens que só servem para
perdermos tempo?
Quantos
gostariam de esquecer os momentos ruins e ficar apenas com aquelas recordações
que nos produziram emoções.
Cony
fala em pontos luminosos, para desencanto dos jovens que pensam que os idosos
têm muitas lembranças a transmitir.
Esses
pontos luminosos estão sempre ao nosso alcance no Universo pequeno do nosso
consciente. Na sua imensa maioria se relacionam com as fantasias da nossa
infância.
São
focados na vida familiar: escola primária; a catedral da pequena cidade; as
brincadeiras com brinquedos fabricados pelas próprias crianças, como o
bilboquê, papagaio, jogos de botão - retirados das roupas do papai - e os
quitutes da mamãe.
O
almoço inesquecível dos domingos, sempre fartos e com a sobremesa receita da
vovó - a açucarada queijadinha rica em carboidratos.
A
vantagem de preservar a memória íntegra é a de ter um arquivo de tudo que
acumulamos e aprendemos durante a nossa existência.
Como
todo arquivo, só deverá ser consultado em situações muito especiais, para
evitar surpresas muitas vezes não do nosso agrado.
O
poeta Ataulfo Alves na sua maturidade constatou que “era feliz e não sabia”.
Isso
é a memória.
Gabriel Novis Neves
28/05/2013
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