segunda-feira, 17 de junho de 2013

MEMÓRIA

Depois que Freud e Yung desvendaram os mistérios do nosso inconsciente, as nossas emoções passaram a ter um entendimento.
Eles nos fizeram lembrar e interpretar fatos que a nossa memória tinha arquivado.
Com a expectativa de vida aumentando, os idosos começaram a ter problemas de esquecimento.
Onde deixei a chave de casa? Como se chama o meu médico? Qual o número do meu CPF?
Essas pequenas coisas interferem na qualidade de vida das pessoas.
Outro alemão descobriu essa doença genética degenerativa que hoje atinge milhares de pessoas em todo o mundo.
Chamada por muitos como a “Doença do Alemão”, hoje é possível, pelo exame do DNA, saber da possibilidade que uma pessoa tem de desenvolver a Doença de Alzeihmer.
Os acometidos por esse mal perdem totalmente a memória.
Afinal de contas, a memória é tão importante para sermos felizes lembrando os fatos passados em nossas vidas, e não apagando as bobagens que só servem para perdermos tempo?
Quantos gostariam de esquecer os momentos ruins e ficar apenas com aquelas recordações que nos produziram emoções.
Cony fala em pontos luminosos, para desencanto dos jovens que pensam que os idosos têm muitas lembranças a transmitir.
Esses pontos luminosos estão sempre ao nosso alcance no Universo pequeno do nosso consciente. Na sua imensa maioria se relacionam com as fantasias da nossa infância.
São focados na vida familiar: escola primária; a catedral da pequena cidade; as brincadeiras com brinquedos fabricados pelas próprias crianças, como o bilboquê, papagaio, jogos de botão - retirados das roupas do papai - e os quitutes da mamãe.
O almoço inesquecível dos domingos, sempre fartos e com a sobremesa receita da vovó - a açucarada queijadinha rica em carboidratos.
A vantagem de preservar a memória íntegra é a de ter um arquivo de tudo que acumulamos e aprendemos durante a nossa existência.
Como todo arquivo, só deverá ser consultado em situações muito especiais, para evitar surpresas muitas vezes não do nosso agrado.
O poeta Ataulfo Alves na sua maturidade constatou que “era feliz e não sabia”.
Isso é a memória.

Gabriel Novis Neves
28/05/2013

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