Um
jovem jornalista perguntou-me o que espero daqui para frente em relação ao
desenvolvimento do nosso país e, em especial, do nosso Mato Grosso.
-
Espero que apareça por aqui um governador desatador de nós, e em Brasília um
presidente respeitador dos princípios republicanos – respondi.
Há
quase trezentos anos, quando Cuiabá foi oficialmente fundada ou “descoberta”
pelos bandeirantes, cada ocupante do poder não tem feito outra coisa a não ser
deixar de legado os chamados restos a pagar “sociais e econômicos”.
A
nossa história é mais melancólica que vitoriosa. Levaram o nosso ouro,
destruíram as nossas florestas, venderam as nossas madeiras, dizimaram nossa
civilização pré-colombiana, desviaram os nossos rios, deixaram-nos no
isolamento por mais de dois séculos e até fizeram uma guerra com o Paraguai em
nossas fronteiras.
Diante
desse quadro espero que um Estado, que até dividido foi, e em nome do desenvolvimento
nacional, corrija as terríveis desigualdades sociais e injustiças históricas
cometidas contra o seu povo.
Sonho
com um Estado humanizado e oferecendo oportunidades a todos, e não retornando
ao primitivo estado curral, onde os ocupantes do poder tratavam o povo como
animal, ignorando as leis de proteção aos mesmos.
Espero
que as crianças saibam que o futuro de uma nação pertence a elas, e não, aos
homens da Revista Forbes, que divulga a relação dos mais ricos do planeta.
Desatar
os nós será o grande desafio daqui para frente, e essa tarefa só será possível
com uma educação para todos e de boa qualidade.
Nada
espero dos homens para o desenvolvimento do nosso país e Estado.
Prefiro
buscá-lo pela educação das nossas crianças.
Gabriel Novis Neves
29-01-2013
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