sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ambulâncias


Não está longe o tempo em que o sonho de consumo de todo prefeito do interior de Mato Grosso era possuir uma ambulância para remover os seus pacientes para tratamento em Cuiabá.
O “arretamento” para conquistar essas ambulâncias foi tão intenso por parte dos nossos representantes em Brasília, que deu origem a um dos maiores escândalos envolvendo dinheiro público, políticos e empresários.
Muitos foram presos. Outros, com imunidade, foram incluídos no recém-criado programa socioeducativo da Polícia Federal e do Ministério Público, chamado pelo sugestivo nome de Máfia dos Sanguessugas.
Pois bem. Hoje, em nosso Estado, devido à péssima situação de trafegabilidade das nossas estradas, onde buracos engolem caminhões, os municípios isolados e sem a mínima estrutura para um simples atendimento básico na saúde pública, estão reivindicando aviões para substituir as obsoletas ambulâncias para o transporte dos seus pacientes.
Em breve teremos o maior programa de saúde pública no ar implantado no Estado da Copa.
O governo alega que faltam recursos para cuidar das nossas rodovias e para manter uma estrutura mínima de saúde nos municípios. Isso é abusar da paciência dos contribuintes, pois os nossos ricos municípios são grandes exportadores de impostos para Brasília.
Um Estado que irá gastar mais de um bilhão de reais para construir um campo de futebol para somente alguns jogos da Copa do Mundo, não pode alegar que não tem dinheiro para recuperar uma ponte de madeira - mesmo que essa madeira venha da região da Mata Atlântica, transportada pelo trem da Mangueira e cobrando de frete a bagatela de menos de quatro milhões de reais.
A única providência tomada pelas nossas autoridades é esperar passar o período das chuvas para os reparos provisórios de sempre.
Falta decisão política aos ocupantes do poder para priorizar essa tragédia anual.
Assim como, corajosamente, estamos endividados para as obras da Copa, que foi uma decisão política, precisamos de decisões de menos efeito eleitoreiro e de maior impacto na saúde econômica e social do nosso Mato Grosso.
Que o “sucesso” da Sapucaí não se repita na Copa do Pantanal (?).
Teco-Teco como programa de saúde só mesmo na terra do jequitibá!
Mais um mico na nossa já extensa dívida.

Gabriel Novis Neves
17-02-2013

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