Não
está longe o tempo em que o sonho de consumo de todo prefeito do interior de
Mato Grosso era possuir uma ambulância para remover os seus pacientes para
tratamento em Cuiabá.
O
“arretamento” para conquistar essas ambulâncias foi tão intenso por parte dos
nossos representantes em Brasília, que deu origem a um dos maiores escândalos
envolvendo dinheiro público, políticos e empresários.
Muitos
foram presos. Outros, com imunidade, foram incluídos no recém-criado programa
socioeducativo da Polícia Federal e do Ministério Público, chamado pelo
sugestivo nome de Máfia dos Sanguessugas.
Pois
bem. Hoje, em nosso Estado, devido à péssima situação de trafegabilidade das
nossas estradas, onde buracos engolem caminhões, os municípios isolados e sem a
mínima estrutura para um simples atendimento básico na saúde pública, estão
reivindicando aviões para substituir as obsoletas ambulâncias para o transporte
dos seus pacientes.
Em
breve teremos o maior programa de saúde pública no ar implantado no Estado da
Copa.
O
governo alega que faltam recursos para cuidar das nossas rodovias e para manter
uma estrutura mínima de saúde nos municípios. Isso é abusar da paciência dos
contribuintes, pois os nossos ricos municípios são grandes exportadores de
impostos para Brasília.
Um
Estado que irá gastar mais de um bilhão de reais para construir um campo de
futebol para somente alguns jogos da Copa do Mundo, não pode alegar que não tem
dinheiro para recuperar uma ponte de madeira - mesmo que essa madeira venha da
região da Mata Atlântica, transportada pelo trem da Mangueira e cobrando de
frete a bagatela de menos de quatro milhões de reais.
A
única providência tomada pelas nossas autoridades é esperar passar o período
das chuvas para os reparos provisórios de sempre.
Falta
decisão política aos ocupantes do poder para priorizar essa tragédia anual.
Assim
como, corajosamente, estamos endividados para as obras da Copa, que foi uma
decisão política, precisamos de decisões de menos efeito eleitoreiro e de maior
impacto na saúde econômica e social do nosso Mato Grosso.
Que
o “sucesso” da Sapucaí não se repita na Copa do Pantanal (?).
Teco-Teco
como programa de saúde só mesmo na terra do jequitibá!
Mais
um mico na nossa já extensa dívida.
Gabriel Novis Neves
17-02-2013
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