Neste
início de governo, Mauro demonstrou que veio para administrar Cuiabá. Claro que
não conseguirá, em quatro anos, resolver todos os históricos e crônicos
problemas de uma cidade de quase trezentos anos.
Encarou
e assumiu o problema da nossa saúde pública, mesmo sofrendo cortes de recursos
do governo federal; mobilizou a limpeza da cidade priorizando os lugares
criadores do mosquitinho da dengue. Não aceitou o absurdo aumento do seu
salário, deixando em aberto o exemplo a ser seguido pela valorosa Câmara dos
Vereadores, que optou pelo robusto aumento nos seus vencimentos.
Numa
cidade pobre como Cuiabá, se o exemplo não vier de cima, adeus legitimidade
para governar e legislar.
Ao
procurar o governo do Estado para se inserir no preparo da cidade para o maior
evento esportivo do planeta Terra, quis dizer, com essa atitude, que não
ficaria na janela vendo a banda passar, como na marchinha do Chico Buarque,
imortalizada na voz da Nara Leão.
Até
então, a prefeitura não participava dos processos decisórios sobre a destruição
da cidade para as prometidas obras da FIFA.
Para
iniciar o seu trabalho de zelar pelo futuro da nossa cidade, Mauro demonstrou
muita habilidade ao trazer para compor o seu secretariado dois ex-diretores da
antiga Agência, hoje Secretaria da Copa.
Agora
não dependerá mais de informações oficiais do governo do Estado para saber se o
cronograma e planejamento das obras estão sendo cumpridos e, o mais importante,
se há recurso disponível.
Os
repasses do governo federal para Cuiabá minguou. De vez em quando pinga um
dinheirinho para o puxadinho do nosso Aeroporto Internacional.
Os
empréstimos bancários também não são obedientes aos seus cronogramas.
A
prefeitura jamais poderia ficar marginalizada das decisões, pois os reflexos
dessas escavações nas avenidas comerciais interferem, inclusive, na arrecadação
de impostos do pobre município.
A
Copa não será realizada no Estado, para desespero de muitos, e sim, na capital
eterna de Mato Grosso.
Esses
dois auxiliares, um nas Obras e outro na Secretaria de Esportes, em época de
Copa do Mundo, disponibilizarão ao prefeito informações privilegiadas. Assim
ele terá condições de entender as várias decisões tomadas pelo Estado, como a
mudança do modal BRT, com orçamento já aprovado pelo governo federal, para o
caríssimo VLT, de estranha história até hoje não esclarecida.
A
Copa é de Cuiabá. A responsabilidade pela cobrança do embelezamento da cidade é
dever da prefeitura, que viu o seu território ser esquartejado pelas obras do
campo do futebol, alargamento de algumas avenidas e a instalação das
trincheiras.
Programado
ainda o trajeto do polêmico VLT, cortando todo o centro comercial de Cuiabá e
colaterais (Coxipó).
O
turista que nos virá visitar precisa encontrar uma cidade bem tratada, com o
seu Centro Histórico revitalizado, seus monumentos, pontos turísticos atrativos
e as belezas das nossas ruas, becos e ladeiras - com os seus apelidos -,
totalmente restaurados.
Para
uma arrumadazinha nos teatros, bibliotecas, museus, zoológicos, praças e
jardins, a prefeitura deverá cobrar dos organizadores do evento, e colocar-se
como parceira.
O
turismo externo do nosso município é obrigação dos organizadores da Copa.
Sinceramente,
não esperava tanta audácia prematura do prefeito, que elegeu como prioridade
máxima do seu mandato resolver o cruciante problema da nossa saúde pública.
Dizem
que no primeiro mandato o governante só pensa na sua reeleição, e as manguinhas
de fora são para o segundo mandato.
Pelo
menos por aqui, nessa espúria reeleição, tem funcionado assim.
Conhecemos
melhor os nossos governantes durante o seu segundo mandato.
Acertou
na mosca, prefeito! Obras e esportes serão muletas para este período.
Além
do acerto administrativo das escolhas, espalhou farofa no tabuleiro político,
né?
Só
falta ao prefeito perder menos tempo com os políticos e ouvir mais o povo.
Este
sabe o caminho das pedras para uma boa administração.
Gabriel Novis Neves
20-02-2013
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