Nunca, jamais, em tempo
algum uma blogueira de um micro país fez tanto sucesso no Brasil como Yoani
Sánchez.
Cubana de nascimento
sofreu na própria carne todo tipo de retaliação por tentar exercer na sua terra
natal a sua função de jornalista independente.
Mesmo diante de tantas
adversidades criou, em 2007, o Blog “Geração Y”, de oposição ao regime cubano.
Por várias vezes quis
deixar o país, mas era sempre impedida pelo interminável regime democrático dos
irmãos Castro e dos decadentes políticos, artistas e futebolistas
sul-americanos.
Enfim, amparada por uma
nova lei migratória vigorando desde janeiro em Cuba, a blogueira conseguiu
autorização para sair do país. Vai viajar por vários países divulgando suas
ideias.
Começou a viagem pelo
Brasil, país irmão e protetor da vigorosa economia da moderna ilha. Veio
assistir ao lançamento do documentário do brasileiro Dado Galvão, Conexão
Cuba-Honduras, no qual ela é personagem, e que fala sobre Liberdade de
Expressão e Direitos Humanos.
Desde a sua chegada em
terras de Pedro Álvares Cabral, tem sofrido todo tipo de humilhação possível,
praticado por militantes dos partidos do governo.
Essa cena, não condizente
com a nossa formação histórica de hospitalidade, teve o seu ponto culminante
quando, na cidade de Feira de Santana (BA), o documentário foi impedido de ser
exibido pelos seus inimigos políticos, “apesar de toda a proteção policial”.
A jovem jornalista tem
sido perseguida, e hostilizada o tempo todo na sua visita ao nosso país,
deixando constrangidos os hospitaleiros brasileiros e criando uma péssima
imagem no exterior da nossa democracia.
A esquerda brasileira
criou uma líder internacional. Burrice das grandes.
A intolerância política é
tamanha, que esse documentário foi finalmente exibido na Câmara dos Deputados,
com forte tumulto entre os presentes.
Os políticos da base de
sustentação do governo são contrários à divulgação de tais fatos, acostumados
com as liberdades individuais e, principalmente, de pensamentos implantados na
ilha do Caribe.
A Yoani Sánchez, que é um
símbolo da luta pela democracia em Cuba, aqui no Brasil demonstrou, com a sua
presença, que vivemos a plena democracia bolivariana.
Além do vexame
internacional dessa nossa atitude de intolerância ideológica, continuamos na
nossa sina de fabricar heróis.
Yoani Sánchez é a nossa
mais recente heroína.
“Não deixe de perdoar os
seus inimigos – nada os aborrece tanto”. (Oscar Wilde).
Este é o Brasil que dá
aula ao mundo sobre todos os assuntos, inclusive sobre a tolerância ao
contraditório.
Gabriel Novis Neves
20-02-2013
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