terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CRÔNICO PROBLEMA


Estou “rouco” de tanto escrever sobre a desumana política de distribuição de médicos no Brasil. O tempo passa e apenas no período das eleições o assunto é editado pelos marqueteiros e lido pelos candidatos no Programa Obrigatório e Gratuito do Superior Tribunal Eleitoral.
Num país de tantas desigualdades, a ausência desses profissionais de saúde em muitos municípios brasileiros traduz bem a total insensibilidade social dos governantes para um dos nossos mais graves problemas.
“Saúde é direito de todos e dever do Estado.” Esse grupo fraseológico faz parte da Constituição Brasileira, e nunca foi cumprido e, o pior: nada acontece aos infratores públicos agentes das leis.
Único Presidente do Brasil que sempre perguntava se os projetos por ele executados estavam no livrinho, termo que usava para se referir à Constituição Federal, foi o cuiabano Eurico Gaspar Dutra.
Os outros, nunca respeitaram a nossa lei maior. Nesses últimos anos ela foi rasgada e remendada centenas de vezes, com a indiferença da grande maioria daqueles que um dia juraram defendê-la.
O último levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) comprovou, matematicamente, a ausência de médicos em inúmeros municípios brasileiros.
No Brasil existem, aproximadamente, trezentos e oitenta e oito mil médicos exercendo legalmente a sua profissão. Porém, clandestinamente e com garantias oficiais esse número não é conhecido.
No nosso Estado temos quase quatro mil médicos. Cerca de setenta por cento estão concentrados em Cuiabá.
Para resolver essa deplorável situação o governo prefere criar novas escolas de medicina, agravando ainda mais o problema.
Hoje, em funcionamento, temos 198 escolas médicas, na maioria particular, e a meta do governo é criar mais quarenta e cinco até 2014.
Isso não resolverá a falta de médicos no interior do Brasil, e agravará ainda mais a situação desses profissionais nos grandes centros.
Não adianta prefeituras distantes dos grandes centros oferecerem salários superiores a trinta, quarenta mil reais por mês para atrair médicos.
O município tem que oferecer o mínimo de condições de trabalho para esses profissionais e um plano de cargos e carreira, como acontece com o judiciário, polícia, receita federal, entre outros órgãos.
Será tão difícil para um país tão rico como o nosso resolver esse problema que fere os direitos humanos dos cidadãos?
Haja paciência para suportar tanta insensatez dos nossos ricos políticos!

Gabriel Novis Neves
20-02-2013

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