Estou
“rouco” de tanto escrever sobre a desumana política de distribuição de médicos
no Brasil. O tempo passa e apenas no período das eleições o assunto é editado
pelos marqueteiros e lido pelos candidatos no Programa Obrigatório e Gratuito
do Superior Tribunal Eleitoral.
Num
país de tantas desigualdades, a ausência desses profissionais de saúde em
muitos municípios brasileiros traduz bem a total insensibilidade social dos
governantes para um dos nossos mais graves problemas.
“Saúde
é direito de todos e dever do Estado.” Esse grupo fraseológico faz parte da
Constituição Brasileira, e nunca foi cumprido e, o pior: nada acontece aos
infratores públicos agentes das leis.
Único
Presidente do Brasil que sempre perguntava se os projetos por ele executados
estavam no livrinho, termo que usava para se referir à Constituição Federal,
foi o cuiabano Eurico Gaspar Dutra.
Os
outros, nunca respeitaram a nossa lei maior. Nesses últimos anos ela foi
rasgada e remendada centenas de vezes, com a indiferença da grande maioria daqueles
que um dia juraram defendê-la.
O
último levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)
comprovou, matematicamente, a ausência de médicos em inúmeros municípios
brasileiros.
No
Brasil existem, aproximadamente, trezentos e oitenta e oito mil médicos
exercendo legalmente a sua profissão. Porém, clandestinamente e com garantias
oficiais esse número não é conhecido.
No
nosso Estado temos quase quatro mil médicos. Cerca de setenta por cento estão
concentrados em Cuiabá.
Para
resolver essa deplorável situação o governo prefere criar novas escolas de
medicina, agravando ainda mais o problema.
Hoje,
em funcionamento, temos 198 escolas médicas, na maioria particular, e a meta do
governo é criar mais quarenta e cinco até 2014.
Isso
não resolverá a falta de médicos no interior do Brasil, e agravará ainda mais a
situação desses profissionais nos grandes centros.
Não
adianta prefeituras distantes dos grandes centros oferecerem salários
superiores a trinta, quarenta mil reais por mês para atrair médicos.
O
município tem que oferecer o mínimo de condições de trabalho para esses
profissionais e um plano de cargos e carreira, como acontece com o judiciário,
polícia, receita federal, entre outros órgãos.
Será
tão difícil para um país tão rico como o nosso resolver esse problema que fere
os direitos humanos dos cidadãos?
Haja
paciência para suportar tanta insensatez dos nossos ricos políticos!
Gabriel Novis Neves
20-02-2013
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