Todos
conhecem a situação de penúria em que vive o nosso ensino superior.
Recentemente uma pesquisa internacional selecionou as oitenta melhores
universidades do mundo. Ocupamos uma colocaçãozinha no final da lista.
O
motivo para esse pífio resultado é produto de múltiplos fatores. Dentre eles
considero a absoluta falta de autonomia universitária o fator mais importante.
Infelizmente
nossas universidades não desempenham suas funções principais, como a fabricação
de novos conhecimentos e o exercício da crítica.
Hoje
elas não passam de meros aparelhos do governo, implantados nos campus
universitários para perpetuar grupos políticos no poder e executar projetos
elaborados de cima para baixo.
A
falta de autonomia universitária torna-a vulnerável aos intrusos que, incapazes
de resolverem os seus problemas, e com o pretexto de ajudar a instituição de
ensino, estão apenas repassando responsabilidades.
O
governo do Estado não demonstrou vontade política para construir o seu Hospital
de Clínicas, que atenderia a todo o Estado e região.
Em
compensação, com migalhas de recursos de emendas parlamentares, se postou como
se fosse da sua atribuição o comando da construção de um novo Hospital
Universitário da UFMT na Estrada de Santo Antonio de Leverger para resolver o
problema do Estado de Mato Grosso.
A
prioridade desse novo hospital será a formação de excelentes profissionais de
saúde
O
velho HUJM está cheio de esqueletos de obras iniciadas com recursos estaduais e
totalmente abandonadas, como é o caso do Centro de Diálise Renal.
O
Estado necessita com urgência de um hospital com perfil assistencial para
atender toda a região. É diferente do hospital de ensino, mais voltado para a
formação profissional e para a pesquisa, e o seu custeio é maior que o
assistencial,
O
governo estadual tem como modelo de gestão eficiente as polêmicas Organizações
Sociais de Saúde (OSSs), maciçamente divulgado pelo Informe Publicitário como
excelente, mesmo atendendo de porta fechada seus pacientes, para dar lucro.
O
lucro do hospital de ensino é a qualificação dos seus médicos, enfermeiros,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e toda a diversificada equipe de
saúde, além de atender de forma humanizada os seus pacientes.
Causa
estranheza a passividade com que a administração universitária a tudo isto
assiste.
Tenho
minhas razões para me preocupar com essa política estadual com relação aos
hospitais universitários.
Existe,
inclusive, uma intenção da estadualização do Hospital Geral Universitário (HGU),
administrado hoje por uma Universidade privada.
Corremos
o risco de, sob a gerência do Estado, ficarmos sem os hospitais assistenciais e
terminar por vez com a qualidade técnica dos hospitais universitários,
prejudicando a formação dos profissionais da saúde.
Se
houvesse autonomia universitária, fatos como esses jamais aconteceriam e, cada
macaco ficaria no seu galho.
Gabriel Novis Neves
27-01-2013
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