Graças
a uma propaganda maciça e enganosa, prometendo o encontro com um verdadeiro
Éden nunca antes vivido, milhões de pessoas de todas as partes do mundo,
principalmente do interior do Brasil, em sua maioria de jovens, invadem cheios
de sonhos a nossa ex-Cidade Maravilhosa.
Entretanto,
o que vem acontecendo nos festejos de carnaval no Rio de Janeiro é de uma
irresponsabilidade invulgar.
Mais
do que isso. É um desrespeito total aos seus habitantes que pagam em dia os
mais altos impostos do planeta e são privados de seus direitos básicos de ir e
vir.
Isso
sem falar nos inúmeros casos graves emergenciais que fazem parte do cotidiano
de uma cidade com aproximadamente 10 milhões de habitantes.
Ipanema,
bairro cantado em verso e prosa - e tido como um dos mais belos cartões postais
do Rio -, tem sua avenida principal e a grande maioria de suas transversais
fechadas e transformadas em ilhas regadas com urina.
Invadida
por gente de toda ordem, onde predominam bandos de jovens bêbados e drogados
abandonados à própria sorte, já que o policiamento e a assistência médica são
insuficientes para a demanda turística.
Assim,
moradores do bairro que pagam um dos maiores valores de IPTUS da terra, se veem
extremamente agredidos, não só durante o carnaval, mas também na semana que o
precede e na que o sucede, já que nos últimos anos essas datas marcam o total
cerceamento das pessoas que vivem nessa área.
Claro
que sabemos que desde os mais remotos tempos pão e circo sempre foram
prioridades em todas as organizações sociais.
Nos
dias atuais, em que tanto se fala em direitos humanos, urge que esses eventos
obedeçam a uma logística pré-estabelecida e que, principalmente, obedeçam às
leis severas de segurança.
Não
é possível que se continue convivendo com o que aconteceu, por exemplo, no
Centro do Rio sábado de Carnaval por ocasião do desfile do Cordão da Bola
Preta.
Aproximadamente
dois milhões de pessoas acotoveladas, num lugar que não comportava essa
quantidade de gente, iniciaram um tumulto que, por pouco, não se transformou
numa grande tragédia.
Inclusive,
os policiais enviados para o local, corriam risco de vida.
Afinal,
para que existem lugares específicos para essas aglomerações se elas não são
usadas sistematicamente?
Para
que o Sambódromo, o Riocentro, o Aterro do Flamengo, enfim, áreas que comportam
essas multidões sem risco de uma tragédia anunciada?
Nem
todos os habitantes da terra são obrigados a gostar desse tipo de selvageria, e
é obvio que os seus direitos têm que ser mantidos.
Que
se faça urgentemente um levantamento responsável no tocante ao setor
entretenimento, mas por pessoas que realmente dominem técnicas de segurança e,
principalmente, de respeito à vida.
Que,
afastados os lucros incomensuráveis que advêm desses eventos, se reflita sobre
esse descontrole a que a população de toda uma cidade é submetida.
Que
festas existam sim, sempre, mas que elas não se transformem em prenúncios de
holocaustos legalizados.
Gabriel Novis Neves
10-02-2013
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