Ah!
Como somos ignorantes em relação aos nossos próprios sentimentos!
Os
nossos fantasmas internos costumam nos dar ordens contraditórias e, algumas
vezes, em um curtíssimo espaço de tempo.
Não
raro nos perguntamos porque algo que queríamos com tanta certeza, horas depois
já nos passa batido, desvinculado do premente.
Essas
contradições são o que diferenciam, e muito, uma pessoa da outra.
Todos
nós somos contraditórios. Alguns mais, outros menos. Depende de nossos
condicionamentos passados.
Esse
estado de espírito foi brilhantemente sintetizado no belíssimo poema de Oswaldo
Montenegro – “Metade de mim" -, verdadeira obra prima da poesia brasileira
e leitura obrigatória para um autoconhecimento.
Essas
contradições, mais belas na poesia que na vida real, a rigor, são
desencadeadoras de grandes sofrimentos.
Quando
não temos certeza do que queremos, e a maioria não tem, nos tornarmos inseguros
na execução das mais simples tarefas - mesmo na organização de uma pequena
viagem.
Pensamentos
contraditórios nos atropelam e acabamos optando por um estado que julgamos
confortável – o da inércia.
Essa
é a grande diferença quando algumas pessoas fazem a vida acontecer, e outros
simplesmente aguardam o inesperado.
Precisamos
estar muito atentos a esses mecanismos inconscientes para que possamos, no
mínimo, dialogar com as nossas próprias incertezas.
O
enfrentamento diário com o verdadeiro “eu” é a única maneira de minimizar esses
estragos.
Enfim,
coragem é a palavra de ordem, mas de tão difícil de ser vivenciada, acaba sendo
esquecida no cotidiano.
Gabriel Novis Neves
26-01-2013
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