domingo, 3 de fevereiro de 2013

Contradições


Ah! Como somos ignorantes em relação aos nossos próprios sentimentos!
Os nossos fantasmas internos costumam nos dar ordens contraditórias e, algumas vezes, em um curtíssimo espaço de tempo.
Não raro nos perguntamos porque algo que queríamos com tanta certeza, horas depois já nos passa batido, desvinculado do premente.
Essas contradições são o que diferenciam, e muito, uma pessoa da outra.
Todos nós somos contraditórios. Alguns mais, outros menos. Depende de nossos condicionamentos passados.
Esse estado de espírito foi brilhantemente sintetizado no belíssimo poema de Oswaldo Montenegro – “Metade de mim" -, verdadeira obra prima da poesia brasileira e leitura obrigatória para um autoconhecimento.
Essas contradições, mais belas na poesia que na vida real, a rigor, são desencadeadoras de grandes sofrimentos.
Quando não temos certeza do que queremos, e a maioria não tem, nos tornarmos inseguros na execução das mais simples tarefas - mesmo na organização de uma pequena viagem.
Pensamentos contraditórios nos atropelam e acabamos optando por um estado que julgamos confortável – o da inércia.
Essa é a grande diferença quando algumas pessoas fazem a vida acontecer, e outros simplesmente aguardam o inesperado.
Precisamos estar muito atentos a esses mecanismos inconscientes para que possamos, no mínimo, dialogar com as nossas próprias incertezas.
O enfrentamento diário com o verdadeiro “eu” é a única maneira de minimizar esses estragos.
Enfim, coragem é a palavra de ordem, mas de tão difícil de ser vivenciada, acaba sendo esquecida no cotidiano.

Gabriel Novis Neves
26-01-2013

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