sábado, 9 de fevereiro de 2013

Mulher de César


“À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta.”
Esta expressão surgiu após um escândalo em Roma, quando seu ditador, Júlio César, teria sido traído por sua mulher.
Após investigação do Imperador ficou comprovado que ela era inocente, mas César passa a repudiá-la.
Questionado, o ditador romano explicou o seu procedimento por volta de 60 a.C.
Disse ele que não pegava bem a uma figura política como ele, que as pessoas ficassem comentando sobre sua mulher pelas suas costas, ela sendo inocente ou não.
Fato semelhante aconteceu no veto do prefeito de Cuiabá sobre o seu próprio aumento salarial, proposto e aprovado pela legislatura passada da Câmara Municipal.
O projeto retornou ao legislativo municipal para a apreciação da decisão moralizadora do prefeito.
O líder do seu governo, com a sua autorização, comandou a derrubada da intenção ética do prefeito, que foi aprovada com apenas um voto contra.
Por trás da rejeição ao veto do prefeito, desabou uma cascata de aumento imoral de salários dos vereadores (claro), secretários municipais e outros altos funcionários do governo, inclusive do prefeito, que foi lá nas grimpas.
Será muito difícil convencer a população de Cuiabá que essa irresponsabilidade não foi combinada.
Esse aumento pode até ser legal, mas é imoral, indecente, intolerável.
Além do mais, retira a credibilidade e representatividade dos nossos parlamentares.
O governo que se iniciou ungido pelo voto popular, perde a sua legitimidade ao trair esta população tão carente de valores morais e materiais.
Nossos representantes - como a mulher de César - podem até ser inocentes, embora ninguém acredite nessa possibilidade, afinal estamos no século XXI, onde os valores são bem diferentes daqueles da época do Império Romano.
A situação do prefeito e dos vereadores ficou pior que a da mulher de César.
Lá ficou comprovada a inocência da mulher do Imperador. Aqui ninguém acredita em inocência dos homens do poder.
As ruas falam em “acordão” contra o povo honesto, trabalhador e bom desta cidade.
A história lembra o acontecido durante o período do Imperador César, em Roma.
Aqui, vemos a destruição de um governo que tinha tudo para ser inovador no seu primeiro mês de vida.
Lá, a suspeita não foi confirmada. Aqui, houve traição.

Gabriel Novis Neves
05-03-2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.