“À
mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta.”
Esta
expressão surgiu após um escândalo em Roma, quando seu ditador, Júlio César,
teria sido traído por sua mulher.
Após
investigação do Imperador ficou comprovado que ela era inocente, mas César
passa a repudiá-la.
Questionado,
o ditador romano explicou o seu procedimento por volta de 60 a.C.
Disse
ele que não pegava bem a uma figura política como ele, que as pessoas ficassem
comentando sobre sua mulher pelas suas costas, ela sendo inocente ou não.
Fato
semelhante aconteceu no veto do prefeito de Cuiabá sobre o seu próprio aumento
salarial, proposto e aprovado pela legislatura passada da Câmara Municipal.
O
projeto retornou ao legislativo municipal para a apreciação da decisão
moralizadora do prefeito.
O
líder do seu governo, com a sua autorização, comandou a derrubada da intenção
ética do prefeito, que foi aprovada com apenas um voto contra.
Por
trás da rejeição ao veto do prefeito, desabou uma cascata de aumento imoral de
salários dos vereadores (claro), secretários municipais e outros altos
funcionários do governo, inclusive do prefeito, que foi lá nas grimpas.
Será
muito difícil convencer a população de Cuiabá que essa irresponsabilidade não
foi combinada.
Esse
aumento pode até ser legal, mas é imoral, indecente, intolerável.
Além
do mais, retira a credibilidade e representatividade dos nossos parlamentares.
O
governo que se iniciou ungido pelo voto popular, perde a sua legitimidade ao
trair esta população tão carente de valores morais e materiais.
Nossos
representantes - como a mulher de César - podem até ser inocentes, embora
ninguém acredite nessa possibilidade, afinal estamos no século XXI, onde os
valores são bem diferentes daqueles da época do Império Romano.
A
situação do prefeito e dos vereadores ficou pior que a da mulher de César.
Lá
ficou comprovada a inocência da mulher do Imperador. Aqui ninguém acredita em
inocência dos homens do poder.
As
ruas falam em “acordão” contra o povo honesto, trabalhador e bom desta cidade.
A
história lembra o acontecido durante o período do Imperador César, em Roma.
Aqui,
vemos a destruição de um governo que tinha tudo para ser inovador no seu
primeiro mês de vida.
Lá,
a suspeita não foi confirmada. Aqui, houve traição.
Gabriel Novis Neves
05-03-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.