No
auge dos dias de festas profanas, jamais poderíamos imaginar um despertar
impactado por notícias sacras.
Após
seiscentos anos em que isso não acontecia, foi lida a renúncia de um papa. A do
Papa Bento XVI, aos 86 anos de idade. Ele apresenta como justificativa a
ausência de condições físicas para o exercício da posição que lhe é imposta
como chefe de um dos mais poderosos estados do mundo, o Vaticano.
Elucubrações
à parte sobre as verdadeiras causas - sejam elas políticas, religiosas, de
saúde ou todas entrelaçadas -, trata- se de um fato incomum nos meios
eclesiásticos.
Afinal,
ele foi eleito aos 78 anos, idade já bem avançada para lidar com as inúmeras
pressões a que são submetidas os homens de mando.
Portador
de excelente aspecto físico e mental mostrou-se coerente durante os seus oito
anos de papado com as ideias que defendia - apesar de ultraconservadoras para o
mundo atual que clama por mudanças gerais, em todos os seus segmentos.
O
fato é que essas mudanças têm sido muito rápidas e o taquipsiquismo não costuma
ser uma das características dessa faixa etária.
O
novo exige mais religiosidade que religião calcada em dogmas seculares. A
compaixão pelo rebanho é a palavra de ordem, a fim de que o catolicismo não
sofra a hemorragia de fieis, que vem ocorrendo nos últimos anos, aliás,
reconhecida pela própria igreja.
Cumpre
assinalar e elogiar o gesto de abnegação e humildade de Bento XVI, abdicando de
um cargo cujas demandas do mundo moderno têm exigido dele muito mais que os
seus valores reais e arraigados têm conseguido dele tirar.
A
Igreja não pode mais conviver com práticas arcaicas, incompatíveis com o mundo de
respeito ao próximo na sua plenitude, seja ele de que raça, credo ou cor.
Que
o novo chefe a ser eleito tenha a consciência que a nova modernidade exige.
Gabriel Novis Neves
11-02-2013
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