sábado, 16 de fevereiro de 2013

PAPA DIFERENTE


No auge dos dias de festas profanas, jamais poderíamos imaginar um despertar impactado por notícias sacras.
Após seiscentos anos em que isso não acontecia, foi lida a renúncia de um papa. A do Papa Bento XVI, aos 86 anos de idade. Ele apresenta como justificativa a ausência de condições físicas para o exercício da posição que lhe é imposta como chefe de um dos mais poderosos estados do mundo, o Vaticano.
Elucubrações à parte sobre as verdadeiras causas - sejam elas políticas, religiosas, de saúde ou todas entrelaçadas -, trata- se de um fato incomum nos meios eclesiásticos.
Afinal, ele foi eleito aos 78 anos, idade já bem avançada para lidar com as inúmeras pressões a que são submetidas os homens de mando.
Portador de excelente aspecto físico e mental mostrou-se coerente durante os seus oito anos de papado com as ideias que defendia - apesar de ultraconservadoras para o mundo atual que clama por mudanças gerais, em todos os seus segmentos.
O fato é que essas mudanças têm sido muito rápidas e o taquipsiquismo não costuma ser uma das características dessa faixa etária.
O novo exige mais religiosidade que religião calcada em dogmas seculares. A compaixão pelo rebanho é a palavra de ordem, a fim de que o catolicismo não sofra a hemorragia de fieis, que vem ocorrendo nos últimos anos, aliás, reconhecida pela própria igreja.
Cumpre assinalar e elogiar o gesto de abnegação e humildade de Bento XVI, abdicando de um cargo cujas demandas do mundo moderno têm exigido dele muito mais que os seus valores reais e arraigados têm conseguido dele tirar.
A Igreja não pode mais conviver com práticas arcaicas, incompatíveis com o mundo de respeito ao próximo na sua plenitude, seja ele de que raça, credo ou cor.
Que o novo chefe a ser eleito tenha a consciência que a nova modernidade exige.

Gabriel Novis Neves
11-02-2013

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