sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Interessante

Gosto do cotidiano. O amanhecer, por exemplo: faz parte do nosso cotidiano. A cidade acordando... As ruas pouco a pouco sendo ocupadas: esportistas, entregadores de jornal, trabalhadores, estudantes e o vai-e-vem de pessoas fazendo pequenas compras para o café da manhã. Ônibus lotados, carros trafegando e logo o engarrafamento se instalando nas ruas estreitas de Cuiabá – para muitos, indicação de progresso. Todo esse ritual faz parte da rotina matinal da cidade, que eu vivencio todos os dias. Antes de me dirigir para o trabalho, faço a leitura dos jornais e navego pela Internet, para saber as últimas novidades do Brasil e do mundo.

No trajeto de casa até o hospital fiquei pensando no que li e vi nessas primeiras horas do dia. Como se tornam interessantes as notícias nesse período eleitoral! Tinha a pretensão de escrever mais sobre o cotidiano, mas a política nesta fase do ano é irresistível! Fui envolvido por pensamentos políticos. O que posso fazer? Resolvi então “mudar” de assunto. Vai ser política.

Vai ser política porque me lembrei de um fato recente da história política deste país que passo a narrar. No dia 29 de setembro de 1946, no Rio de Janeiro, nasce uma criança negra do sexo masculino. Fez o curso fundamental e médio na rede pública e o superior na Universidade Federal Fluminense. Continuou os seus estudos na Universidade de Leedes na Inglaterra, onde concluiu o seu mestrado em Economia. Na Universidade de Harvard (Estados Unidos), fez um Curso de Administração Avançada. Ao retornar ao Brasil com essa bagagem de conhecimentos, foi cooptado por um grande empresário e político de São Paulo. Assumiu a gestão do seu império comercial, demonstrando grande capacidade de liderança e suplantando todas as metas programadas. Ganhou a confiança e admiração do seu patrão-empresário e político. Este, um “animal político”, só passava na empresa para conferir os resultados - sempre excelentes.

O patrão se candidata a Prefeito de São Paulo. Ganha as eleições. Leva para a Secretaria de Finanças, o seu eficiente funcionário. Desfalca a empresa e reforça o governo municipal. O seu secretário predileto, discretíssimo, resolve a complicada gestão pública. O governo do seu patrão alcança elevados índices de aprovação popular. O patrão, apoiado pelas pesquisas eleitorais, pensou em eleger o técnico com mestrado na Inglaterra e doutorado em Harvard. Tinha cacife político para eleger um poste, por que não deixar no seu lugar um grande gestor?

Partiu para a campanha política, carregando debaixo dos braços um técnico totalmente virgem em eleições. Lança a célebre frase que decidiu as eleições daquele ano para Prefeito de São Paulo, que não envelhece e está sendo copiada nas eleições atuais: “Votem no Pitta! E se ele não for um grande prefeito, nunca mais votem em mim.”

Pitta foi eleito no segundo turno pelo Partido Progressista (PP), derrotando surpreendentemente a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Luíza Erundina. A vitória do Pitta se deu em razão do apoio do Prefeito Paulo Maluf.

O mandato do afilhado do prefeito foi marcado por corrupção. Entre as denúncias, estava o escândalo dos precatórios. Preso várias vezes. Foragido. Na CPI do Banestado, o senador cuiabano Antero Paes de Barros, mandou prendê-lo por desacato à autoridade.

Pobre e abandonado pelos amigos do poder, inclusive pelo seu padrinho Paulo Maluf, em janeiro de 2009 Pitta submeteu-se a uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino e, posteriormente, submeteu-se à radioterapia no Hospital Sírio Libanês (SP). Morreu no dia 20 de novembro de 2009, aos 63 anos, em decorrência de um câncer no intestino.

Interessante conhecer ou relembrar fatos da história do Brasil.


Gabriel Novis Neves (7.5+43)

18-08 2010

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