sábado, 9 de outubro de 2010

Engano?

Alguma coisa deve estar errada. Centenas de candidatos a deputado estadual, federal e senador espalhados por este Brasil, fazendo o mesmo discurso: “Quero ser eleito para “carrear” recursos de Brasília para o meu município e estado!”

Gente! A missão do parlamentar é legislar e fiscalizar os atos do governo. Sua função é produzir leis que irão beneficiar a nação e o cidadão. Todos os parlamentares querem ser executivos, ligados à liberação de verbas. É ai que mora o perigo para o brasileiro. O executivo age de acordo com os seus interesses imperiais, e os legisladores que são os deputados e senadores, são chamados apenas para aprovar as leis que não fizeram. Surge então o momento conhecido como a hora de “passar o chapéu.” É o privilégio concedido a alguns parlamentares, de retornar às bases dizendo o valor dos recursos que “carrearam” da capital federal. É a tal da emenda que o parlamentar federal recebe como prêmio pelo bom comportamento.

Eles não cumprem com a função de elaboradores de leis, para o qual foram eleitos. Os deputados estaduais seguem o bom exemplo dos seus colegas de Brasília. E os candidatos eleitos aos cargos executivos nos Estados, sabem que não irão honrar os compromissos de campanha. Prometem na campanha o que sabem que não irão fazer. Os eleitos no 1º turno, já demonstraram como irão governar, e logo tirarão as sujeiras “esquecidas” debaixo dos tapetes. Há furos nas contas do Tesouro, e a Lei da Responsabilidade Fiscal tem que ser cumprida! Neste instante da verdade, acontecem os rompimentos políticos, nunca definitivos. Vítimas já foram escolhidas, para o tradicional - “restos a pagar.” Depois é viajar toda a semana a Brasília e no retorno, o discurso pronto: “Os nossos pedidos estão bem encaminhados!”

A verdade é que a maioria dos parlamentares que está tentando retornar ao Congresso Nacional sabe que a sua função é fazer tudo, menos as leis. Os novatos arrogantes pensam em trazer dinheiro, ou colocar o estado na lista dos prioritários para freqüentar o banquete das verbas.

Único novato sincero foi o palhaço Tiririca. Quando perguntado se sabe qual a função de um deputado federal disse não saber. Mas se tiver o voto do perguntador, assim que chegar ao Congresso se informaria sobre o que faz um deputado. “Carrear” recursos é função dos inúmeros escritórios de lobistas credenciados. E os governadores ficarão de pires nas mãos, para tentar cumprir os compromissos de campanha. Contar com o ovo que a galinha ainda não botou, é arriscado. Pode dar zebra.

Alguma coisa está errada nessas propostas eleitorais. Será engano ou má fé?

Quem viver verá.


Gabriel Novis Neves (7.5+88)

02-10-2010

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