sábado, 2 de outubro de 2010

O VOTO

O meu voto é consciente. Jamais votei num candidato visando interesses pessoais, ou popularmente falando, para “morder” o ganhador com favores inconfessáveis. Sempre procurei votar em candidatos, que naquele momento, representavam a esperança. Perco mais do que ganho. Quando perco não sinto tanta frustração como quando ganho, e logo percebo que comprei bugalho por alho.

Às vezes protesto pelo voto, pelo mal que eles, quando eleitos, fazem com o Brasil. Gostaria de morar em São Paulo para votar no Tiririca - o palhaço que não esconde a sua profissão. O pior são aqueles que eleitos fazem de nós palhaços. Voto sempre pensando, ao teclar a urna eletrônica, que dos males, o meu candidato, representa o menor. JK, Lott, Brizola, FHC, Lula, Heloisa Helena e agora Marina, pertencem ao rol dos meus escolhidos. Não irei justificar as minhas escolhas, mas naquele momento histórico, na minha visão eram os melhores para o Brasil. Comparem o que poderia ser evitado se esses candidatos derrotados fossem vitoriosos! Lott evitaria a renúncia do Jânio que nos levou a ditadura. Brizola teria evitado o Collor. Heloisa os incríveis e criativos escândalos da história republicana. Despreparados? Quem está preparado para não se perder pelo aroma e “amigos do poder?”

Pouco estou me importando com o resultado das pesquisas, que têm como objetivo central mostrar a “densidade” eleitoral do candidato. Essa tal de densidade é uma expressão nova que no velho dicionário da ética significa poder de corrupção. Como entender certos números das pesquisas, especialmente aqui em Cuiabá (ainda capital)? Independentemente de percentuais, voto na seringueira que não herdou impérios nem construiu outros falsos.

Na hora de pedir o nosso voto todos dizem que vão trabalhar pelo Brasil. A Heloisa Helena sempre trabalhou, mas o voto lhe foi negado pelos colegas comerciantes do poder. Aqui em nosso estado não está difícil escolher o governador. Basta apenas coragem para deletar aqueles que um dia foram esperança, representando o novo. Nada mais decepcionante e velho, como aqueles que estiveram lá e nada fizeram em benefícios concretos para o povo. E ainda querem fazer revezamento? Não repetirei o meu voto que virou frustração. Presenciei a volta das antigas práticas políticas, que acreditava enterradas por aqui com a chegada do novo. Tudo não passou de propaganda enganosa. O voto é um exercício consciente e não simples troca de favores.

Mato-Grosso está com a sua administração criminosamente loteada, seguindo o exemplo de Brasília. Adeus ao mérito, e que se danem os escrúpulos!

É por isso que a vida útil de muitos políticos no Brasil é de, no máximo, oito anos. Depois é material reciclável para serem utilizados quando necessários. O povo está descrente. Ninguém acredita mais em promessas, e quer resultados imediatos, que só os afortunados do poder podem atender. “Farinha do mesmo saco” é o que mais ouço dos trabalhadores que assistem ao caríssimo programa eleitoral gratuito e obrigatório! Por curiosidade abra um saco de farinha política. É para essa gente que você irá votar?

Eu continuo tentando os melhores, que não estejam no saco de farinha.


Gabriel Novis Neves (7.5+68)

12-09-2010

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