No mesmo dia em que o jornalista Ricardo Noblat publicava o seu artigo Mau Cheiro, aqui em Cuiabá um articulista nativo publicava Bom Negócio.
Como não acredito em coincidência, prefiro pensar em transmissão de pensamento para interpretar esse fenômeno - duas pessoas que não se conhecem, abordarem o mesmo tema com títulos diferentes.
Afinal o Mau Cheiro do Noblat é um Bom Negócio, segundo o seu artigo. Fortunas são construídas do dia para a noite. O difícil é ingressar nesse clube tentação, pois as taxas de admissão são altíssimas.
Para conseguir um assento nesse fechado clube de privilégios, só há três alternativas: ou o pretendente tem muita grana e quer mais, ou está representando grupos econômicos fortíssimos ou a sua presença é necessária ao governo.
Uma ou outra andorinha voa perdida pelos prédios do Oscar Niemayer. Certa ocasião li uma pesquisa de um professor sobre a evolução patrimonial dos habitantes da torre e da taça, como é conhecido o nosso Congresso Nacional.
Sempre foi dirigido pelos expoentes da nossa cultura política. Alguns tiveram que fugir pela porta dos fundos para depois voltarem pela vontade soberana do nosso povo.
Atualmente, está bem dirigido pelo morador do Estado de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. Foi eleito senador perpétuo por um minúsculo Estado - numa demonstração explícita do seu espírito patriótico.
Nas Casas Legislativas existe um componente em comum entre a maioria dos seus membros, que é a sorte.
Está na memória de todos, pois o fato é relativamente recente, a sorte daquele deputado que disse ter acertado centenas de vezes na loteria esportiva para justificar o aumento do seu patrimônio.
Outros tiveram sorte recebendo concessões de serviços públicos, especialmente na área de comunicações.
Alguém teria curiosidade em saber o nome dos donos de rádios, televisões e jornais aqui no nosso Estado? Melhor é deixar quieto. É perigoso mexer com esse assunto, não é?
O mau cheiro começa a tomar conta da minha telinha. Esse Noblat inventa cada uma! Acabará sendo processado.
Os que estão lá são desprendidos e só pensam no futuro da nossa pátria. Não têm a mínima culpa se o governo oferece financiamentos a fundo perdido a esses senhores, e suas empresas ficam prenhes de capital.
Sei que é um Bom Negócio estar lá. Quanto ao odor, é coisa do Noblat.
Gabriel Novis Neves
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.