sexta-feira, 11 de novembro de 2011

CONVERSA DE MARMANJOS

Virou moda na provinciana Brasília dizer que a presidente é brava. Os marmanjos que a servem que o digam. Após a audiência com ela, eles respondem aos jornalistas, quando perguntados sobre o humor da presidente que, realmente, ela é mesmo muito brava.

Marmanjos, mais pra lá do que prá cá: são pais, avós, bisavós. Com uma ficha extensa, melhor dizendo, uma folha extensa de importantes serviços prestados em benefício deste país.

Um ministro, notícia da revista Veja, para demonstrar o que não tem – prestígio -, diz que com ele a presidente sempre foi muito amável e nunca levantou o tom da voz. Porém, já presenciou a presidente fazer grosseria com vários colegas seus.

Não é bem isso que se escuta nos bastidores do poder. A presidente anda com os nervos à flor da pele, e só despacha com a voz em tom maior.

A sua última viagem à Europa foi um fiasco e os programas do governo não saem do papel, por falta de dinheiro ou suspeita de corrupção do custo eleição.

Os irmãos PACs não estão bem e ninguém nem mais se lembra deles. A Copa do Mundo chegando, e o governo indeciso em jogar fora tanto dinheiro em um país que está morrendo por falta de investimentos em saúde, educação e segurança.

O antigo mar de lama, criado por Carlos Lacerda, e que terminou com o suicídio de Getúlio Vargas, tem um afluente no Planalto. Só que este é aproveitado para as horas de lazer e ninguém irá se matar por sua causa.

Um experiente político nordestino que, por méritos pessoais há quase um século serve a todos os senhores, assim se referiu à presidente: “Se como ministra já era braba, imagine agora...”.

Interessante nessa história dos marmanjos de Brasília, cujo Congresso está lotado de estadistas da caneta e do Diário Oficial, onde existem, inclusive, dois ex-presidentes da República - não contando os presidentes diaristas - (aqueles que assumem por horas), é que os antigos ministros falam abertamente que, com relação aos palavrões nos despachos ministeriais, ela segue o governo da continuidade.

É mais sensível, como presidente, aos atos de corrupção quando denunciados pela mídia. Estranho é saber que durante os oito anos do governo passado, ela silenciou-se, trabalhando na cozinha da Casa e com poderes delegados para gerenciar o nosso patrimônio.

Na roça, quem cala consente. A presidente é brava, é uma unanimidade oficial. Talvez seja útil aos seus marqueteiros para a sua campanha de reeleição.

Afinal, é uma marca que a presidente conquistou.


Gabriel Novis Neves

06-11-2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.