domingo, 20 de novembro de 2011

Orquídea

Estou novamente envolvido com reforma em meu apartamento. Dessa vez é na varanda do meu sobradinho.

Apesar de ter consciência dos transtornos de uma reforma, esta eu fiz questão de enfrentar. A varanda é, para mim, um templo.

Local para onde me refugio nos momentos menos amenos da vida, ou por puro prazer. É lá que cultivo, cuido e converso com minhas plantas. Fico envolto pelas suas boas vibrações e sinto a vida pulsar.

A varanda é um dos ambientes mais agradáveis da casa. Local onde posso receber, com conforto, amigos e parentes.

Em uma manhã, quando fui verificar o andamento da reforma, encontrei nos entulhos da obra um pedaço do tronco de uma pequena palmeira. Nele desabrochavam três lindas orquídeas.

Fiquei olhando para elas sem acreditar no que estava vendo. Fiquei matutando: como elas foram parar ali? Seja como for, fiquei encantado com o que via. Olhando para as minhas três orquídeas, me senti gratificado pelos transtornos da reforma. E ousei transcender nas minhas indagações: presente de Deus, com certeza.

Oferta carinhosa da mãe natureza, talvez por sentir a grande afeição que tenho por essas suas filhas – as plantas. E, na verdade, tenho por elas cuidados de pai.

Tão embevecido estava, que não resisti, e fui pesquisar um pouco sobre as orquídeas. Naquele momento só sabia que era uma flor belíssima de ser admirada.

Fui informado, entre outras coisas, que a orquídea pertence a uma das maiores famílias de plantas existentes. Floresce em todos os continentes – exceto na Antártida – e sua preferência é pelo clima tropical.

Existe uma variedade incalculável de formas e cores. A orquídea, pela sua beleza, imponência e delicadeza, tornou-se o símbolo do refinamento e da elegância.

Não tem maiores utilidades a não ser a ornamental. Além de presentear nossa visão com a sua extrema beleza e delicadeza do formato de suas flores, tem ainda o poder de despertar a nossa sensibilidade.

Aliás, toda a natureza nos tira do adormecimento pernicioso, desde, é claro, que estejamos receptivos para o despertar.

Considero-me um jardineiro amador. Será que irei me transformar em um colecionador de orquídeas, e fazer parte das inúmeras associações orquidófilas existentes em várias cidades por todo o mundo? Talvez.

Como disse certo dia, estou em constante metamorfose. E esta metamorfose tem tudo a ver com o meu bem-estar emocional e físico.

Hoje em dia - dias tumultuados -, saber cuidar-se tem que ser o nosso mais importante projeto.

Acho que foi pensando nisso que me arrisquei a enfrentar outra reforma. Quero que minha casa seja um refúgio aconchegante, tranquilo e impregnado com bons fluídos.

Bendita reforma! Abençoado presente da natureza!

Diante da beleza das minhas orquídeas, só me resta gozar a felicidade que me foi oferecida.

Gabriel Novis Neves

10-11-2011

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