Não conheço nenhum empresário que tenha investido o seu dinheirinho na construção ou na administração de hospitais privados, e não tenha falido.
Hospitais tipo Dubai, existem em São Paulo e Rio de Janeiro que, às vezes, funcionam como centro de lavagem de dinheiro.
Hospital é dever do Estado.
Na ausência criminosa do poder público, médicos são obrigados a construir hospitais particulares, para terem onde trabalhar.
Esses profissionais, para viver, ganham pelo seu trabalho profissional, e não, como empresários. Nos grandes centros, as colônias de migrantes investem em hospitais para terem onde se tratar.
Os judeus mantêm o Albert Einstein, os árabes o Sírio-Libanês, os portugueses a Beneficência Portuguesa, os alemães o Oswaldo Cruz, e assim por diante.
Aqui em Mato Grosso não conheço nenhum milionário - e temos vários - investindo em empresas hospitalares particulares.
Leio no jornal que o governo do Estado e as OSS farão parceria público-privada para a conclusão do Hospital Central - esqueleto da vergonha com mais de um quarto de século - no Centro Político Administrativo, local da maior concentração de obras públicas faraônicas e reformas anuais caríssimas.
Vamos à realidade.
Dificilmente virá algum dinheirinho do governo federal. O Estado está com o seu poder de endividamento naquele ponto em que, uma marolinha na piscina dos juros, e o devedor morre afogado.
A prefeitura, só se vender o prédio do Palácio Alencastro, pois não tem dinheiro nem patrimônio. Já vendeu tudo que tinha.
Restaram os empresários ricos. Os daqui eu tenho certeza que não entenderão o chamamento (!).
E as multinacionais que ganham fortunas por aqui, farão essa besteira de montar um hospital sabendo que o autor da proposta não tem capacidade de administrar o empreendimento?
É tão séria a proposta da parceria, que o autor da ideia está deixando a secretaria para cuidar de coisas mais importantes, que são as suas emendas parlamentares para o próximo ano.
Será que ele teria coragem de colocar todo o valor das suas emendas parlamentares, nessa parceria para a conclusão do hospital vergonha de Cuiabá?
Se concluído e equipado, num sonho de maravilhas, os nossos políticos teriam condições de conseguir do SUS aumento do teto de cotas para atendimento de pacientes e exames complementares para esse novo hospital?
Prefiro os sonhadores que trabalham para viabilizar o sonho, aos contadores de sonhos.
Essas famosas parcerias público-privadas não deram certo nem na construção de estradas, imagine na complexidade de um hospital.
Enfim, tem gente que acredita em mula sem cabeça que lê e escreve.
Então é só esperar.
Gabriel Novis Neves
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