segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BOM NEGÓCIO

Ser corrupto no Brasil é um bom negócio, especialmente quando o corrupto, que rouba o dinheiro público, está empoleirado em altas funções públicas.

Quando descoberto pela revista Veja, deixa o cargo a pedido, com direito a festa de despedida. Todos os seus colegas falam bem dele, e a presidente - que o demite sempre a pedido -, lamenta o afastamento de um companheiro que fará falta ao Brasil.

Sei que tudo não passa de uma grotesca farsa, e as palavras proferidas nessas ocasiões, tão frequentes nesses últimos dez meses, fazem parte das palavras que consolam.

Infelizmente, a hipocrisia do falatório do demitido a pedido é o registro que ficará para a história. Não sem motivos, que o grupo que está no poder, trabalhou muito para emplacar no Congresso Nacional a Comissão da Verdade, para apurar a verdade ocorrida neste país no período de 1964-1985.

Pelo andar da história, daqui a alguns anos alguém pedirá ao Congresso que investigue essa história contada pela metade - das cinco demissões de ministros de Estado em dez meses de governo da continuidade.

Muita sujeira foi jogada por debaixo dos tapetes. As aparências, entretanto, não enganam ninguém. Todos sabem sobre os verdadeiros motivos da saída dessas personalidades do governo e dos chefes da operação: desvio de dinheiro público. No ano passado, coincidentemente ano das eleições, atingiu, oficialmente, o patamar histórico de 86 bilhões de reais, e ninguém foi punido.

Eita Brasilzinho, danado! - onde o grande negócio é a corrupção, que enriqueceu também o currículo do brasileiro moderno. Esse pessoal é sempre visto como exemplo a ser seguido. Quase todos têm em comum a sorte nos seus empreendimentos que, sem nenhum pudor, são colocados à vista dos trabalhadores sem sorte.

São reverenciados com títulos nobres e, às vezes, com um mandato popular, para evitar confusão com a justiça.

Os emergentes misteriosos estão em alta neste Estado, provocando em nossa capital, investimentos de empresas comerciais existentes em poucas cidades do mundo.

A mídia, de um modo geral, dá tratamento especial ao corrupto, pois, afinal, todos somos filhos de Deus. É um bom negócio ser corrupto no país da impunidade, onde os crimes de lesão do erário público são perdoados com um simples pedido de demissão a pedido, e estamos conversados.

Gabriel Novis Neves

02-11-2011

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