Tenho escrito muito sobre a Copa, não por implicância, mas pela forma como ela está sendo vendida ao povo brasileiro, especialmente para aquele das cidades sedes.
O tempo está passando e a verdade aparecendo. A FIFA está tratando o Brasil como país caloteiro.
O governo anterior tinha concordado com as leis impostas pela FIFA para que pudéssemos sediar um campeonato mundial de futebol.
Mudou o governo e o atual não concorda com o que tinha sido combinado. Estabeleceu-se, portanto, um impasse entre o Brasil e a FIFA – e um péssimo clima entre os dois foi formado.
Os dirigentes máximos do futebol mundial mal falam com as autoridades brasileiras, e com a crise do militar na garagem do ministério, com o ainda ministro de esportes, foi a gota d’água para o copo cheio de mágoas derramar.
Da Suíça, um dos diretores da FIFA não aceita mais conversar com os dirigentes esportivos brasileiros, e o Congresso Nacional tem prazo para votar emendas de exceção para beneficiar os donos do campeonato (FIFA).
A administração atual do Brasil, na verdade, não está nem um pouco motivada a gastar bilhões de reais em uma festa de retorno duvidoso.
Existem outras prioridades, como bem mostrou recentemente o jatinho do Jornal Nacional em Cuiabá.
Cada partida de futebol que for realizada aqui, onde não existem leitos hospitalares, o contribuinte pagará quase 200 milhões de reais.
O tal do legado de obras, tão falado para jogar mel no pagador de impostos, ainda não saiu do papel além de não ser exigência da FIFA.
O projeto de mobilidade urbana, verdadeira nuvem nos olhos do trabalhador, já foi mudado, derrubou uma autarquia com mais de 200 cargos comissionados, e foi substituída por uma secretaria diferenciada.
Dizem que o acerto trabalhista dos servidores, especialmente os possuidores de mandatos, é várias vezes superiores aos recursos que o governo federal até agora mandou.
De obra concreta, ficaremos somente com o legado de um enorme elefante branco, totalmente construído e equipado com recursos do tesouro estadual. A parceria com os empresários não vingou, e o Estado sabia perfeitamente que o governo federal não iria mandar um vintém para construir campos de futebol padrão FIFA.
Como não existe futebol profissional por aqui, dizem que o governo do Estado já estuda várias propostas para alugar o espaço da Arena Pantanal para uma Igreja Evangélica. Menos mal.
Esqueçam os viadutos, rotatórias, ampliação e modernização do local onde descem os aviões comerciais - que não dá de chamar de aeroporto.
Ganhos sociais, nenhum, mas sim, uma enorme publicidade negativa mundial feita pelo jatinho do JN.
Mister Joseph Blatter está preocupado com o possível calote em marcha contra a FIFA. Não me conformo com esse exemplo que o Brasil ensaia aplicar, sabendo as regras do jogo.
Será que o ex-presidente quando concordou com as exigências da FIFA, além de estimulado pelos governadores da época, estava muito alegre?
Dona Dilma tem que aguentar. Cumprir o acordo assumido pelo seu antecessor e padrinho político, para não deixar mal o seu tutor e a própria nação brasileira.
Aos moradores de Cuiabá, aquele abraço...
Gabriel Novis Neves
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