domingo, 18 de setembro de 2011

Tô nem aí

Acreditar na filosofia da cantante Luka é o mínimo que posso fazer para proteger a minha qualidade de vida.

Rui Barbosa se tivesse conhecido a Luka, não teria escrito: “De tanto ver triunfar as nulidades...”.

Talvez repetisse o “Tô nem aí.”

Nos tempos em que pai mata filho; filho mata mãe; professora estupra aluno; adolescente estupra velha. Ricos matam pobres e pobres matam ricos...

Crianças abandonadas pelas calçadas são assassinadas pelas drogas...

Os serviços públicos essenciais estão sucateados, inexistem, ou seus funcionários estão em greve...

E o governo sempre sem dinheiro para atender essas reivindicações.

O governo parece que foi atingido por alguma flecha contendo curare na sua ponta. Está totalmente imobilizado.

Brasília, que poderia nos ajudar, pois mandamos muito dinheiro para lá, está em plena faxina.

Ministérios têm mais gente prestando informações na polícia, que trabalhando.

A metodologia da faxina foi mudada para evitar repercussões internacionais - tão prejudiciais ao nosso país que não possui mais futebol para transmitir alegrias.

Companheiro Mano transformou os canarinhos em saco de pancadas dos gringos dos cinco continentes.

A faxina iniciou-se pelo ministério do Waldemar e Tiririca. Além do ministro, vinte e oito eficientes companheiros do governo passado solicitaram demissão.

Como revistas e jornais continuaram apontando falhas, outros ministérios foram faxinados.

A sujeira era tanta que o zelador do prédio do famoso Ministério do Turismo, solicitou apoio da Polícia Federal. Trinta graúdos foram detidos e o ministro demitido.

Tudo termina com uma explicação no Senado, onde uma assinatura de senador para abertura de uma CPI está pelo preço da morte.

O ministro amazonense perdeu o cargo e voltou inocentado para o Senado para cumprir o seu mandato.

Voltando para cá.

Em menos de duas semanas dois prefeitos foram assassinados.

A sua Associação tem peso político.

Fizeram uma assembléia de protesto contra a violência no Estado, que está fora de controle das nossas autoridades, exigindo providências urgentes do governador da Copa.

Os policiais civis há muito tempo estão descontentes.

O clima entre os policiais militares não é dos melhores.

Todos os policiais civis e militares, para sobreviverem, fazem bicos durante as suas folgas.

Enquanto isso continua a matança humana, geralmente motivada por drogas ou brigas pela posse da terra.

A delinquência infantil atingiu patamares impensáveis no Estado.

Estamos vivendo o "salve-se quem puder".

Como ficamos?

Luka, diante desse quadro, canta como vivemos: “De mãos atadas, pés descalços”, sem falar dos nossos problemas.

Realista reage com o “Tô nem aí”, com a certeza que ninguém irá ouvir o seu clamor, numa atmosfera cheia de gente que rouba o nosso dinheiro.

Os políticos falam em desconforto, quando são presos ou denunciados.

Nós, os cidadãos comuns, não temos a quem reclamar.

Por isso, eu e o povo escolhemos para sobreviver:

“Tô nem aí”.

Gabriel Novis Neves

15-09-2011

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