sábado, 17 de setembro de 2011

O OUTRO LADO

Agora não dá mais para esconder a calamidade em que se encontra a saúde pública no Brasil. A presidente já disse que a nossa saúde pública está uma droga e pediu ao Congresso Nacional que indicasse fontes de recursos.

O Congresso reconhece que a saúde está falida. Todos os governadores pedem ao governo federal um novo imposto, pois ninguém tem dinheiro para investir em saúde.

Essa virada conceitual, com relação à falta de verbas para o setor da saúde, é muito recente. Até há pouco tempo o presidente da República afirmava que o Sistema Único de Saúde (SUS) era o maior plano de saúde do mundo e estava próximo à perfeição.

O Congresso Nacional trabalhava intensamente na liberação de recursos e de emendas parlamentares para compras de ambulâncias para melhorar ainda mais o atendimento médico.

Os governadores nunca reclamaram da falta de dinheiro para a saúde!

Diante da péssima qualidade dos serviços médicos oferecidos aos pagadores de impostos, partiram para a agressão moral a estes profissionais. No Ceará foram comparados ao sal. Aqui no nosso Estado uma delegacia de polícia foi instalada dentro do espaço, até então sagrado, da Secretaria Estadual de Saúde, e os seus médicos chamados de mafiosos.

Houve um erro estratégico do satélite que manda imagens para a proteção do espaço governamental do Centro Político Administrativo, pois o lugar da delegacia não era aquele, e sim nas redondezas do gabinete governamental.

Essas medidas estaduais tomadas, sem reclamo de ninguém, enterraram de vez a nossa frágil estrutura de saúde.

Os governantes foram mudados, embora a maioria dentro do projeto da continuidade. A população brasileira está podendo ver o outro lado da moeda.

Presidente da República, governadores, Congresso Nacional pedem recursos para a saúde, que só aparecerão com a criação de novos impostos.

Ora bolas! Alguns funcionários do Senado ganham salários bem acima do teto constitucional. Os outros colegas da mesma casa de leis, ganham o teto admitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Justiça está pedindo aumento, embora os seus membros ganhem o teto permitido por lei. Acontece que com os penduricalhos, um salário de magistrado fica sessenta vezes superior ao de um professor.

Os ministros dos Tribunais de Contas, e algumas categorias funcionais, têm os seus salários amarrados nesses supervencimentos que não respeitam o teto.

A nossa Constituição só serve para os pobres e para os exames da OAB.

Quanto dinheiro jogado fora pelos pais da verdade! A face cruel da moeda está exposta, e o pior é que esta crueldade não incomoda aos maiorais desta nação.


Gabriel Novis Neves

11-09-2011

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