segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Após

Não compareci à Audiência Pública da Assembléia Legislativa, quando se discutiu a questão da mobilidade urbana na Grande Cuiabá.

Entretanto, assisti aos vídeos onde foram debatidos o crucial problema de transporte coletivo no trajeto entre o aeroporto de Várzea Grande e o bairro do CPA em Cuiabá.

A impressão que me ficou, após o duelo verbal que tinha como centro o BRT X VLT, é que não teremos nenhum novo transporte de massa em Cuiabá para a Copa.

Alguns motivos estão causando toda essa encrenca.

O tempo passa e não conseguimos sair dos bate-bocas. O contribuinte já pagou dois milhões de reais à uma consultoria de alto nível, e cujo projeto não foi aproveitado. Ela optou pelo BRT, de acordo com decisões e financiamentos federais e com o aval do governante da época.

A falta de transparência nas informações tomadas entre o governo Federal, Estadual e a FIFA, como nos financiamentos prometidos pelo governo Federal, é um dos nós da questão.

Outro fator, é a corrente internacional de que a Copa no Brasil será a mais cara da história dos mundiais, em um momento de crises financeiras.

Subliminarmente é colocada suspeitas de corrupção na execução das obras da Copa.

A faxineira está preocupada com mais esse assalto aos cofres públicos.

O desânimo da presidente com essa festa é evidente - o pobre ficará em casa assistindo aos jogos pela televisão por falta de recursos para pagar a entrada na Arena em euros.

Finalmente, a patológica vaidade dos funcionários do governo encarregados de viabilizar o espetáculo.

Os egos estão tão exacerbados, que o juiz dessa luta só tem um caminho: adotar a conduta dos árbitros de futebol diante de faltas violentas - expulsar os atletas envolvidos, sob pena de não terminar de apitar o jogo e ser julgado como o grande responsável pela bagunça que hoje sabemos existir.

Como diz a própria presidente: existe no mundo da política muitos demagogos e mentirosos.

Quando o Brasil se apresentou como candidato a ser o país sede da Copa 2014, e Cuiabá como uma das sub-sedes, uma série de acordos tripartite foram tomados e sacramentados, mas não chegou à população, como dizem atualmente, por serem segredos de Estado.

Quem saiu de casa para saber detalhes do BRT e VLT, retornou sabendo marca de automóveis de alguns palestrantes; avaliação de desempenho de ex secretários por ex secretários; quem tem poder e quem não tem.

Também o pagador de impostos ficou sabendo o local de nascimento desses sábios funcionários; as escolas que frequentaram; alguns professores que influíram na formação desses executivos; o método de transporte que utilizavam quando eram pobres; e o êxito no serviço público.

Confesso que fiquei com uma pontinha de inveja de conhecer gente que faz tanto sucesso em tão pouco tempo de trabalho.

Após essa audiência, e diante das enormes dificuldades expostas, tenho o pressentimento que o grande legado da Copa será a útil e barata obra da Arena Pantanal e, claro, os endividamentos bancários.

Gabriel Novis Neves

07-09-2011

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