É uma vergonha nacional o salário de médicos de planos de saúde. Esses imprescindíveis profissionais estão lutando para que o preço de uma consulta, pelo plano de saúde, chegue ao valor bruto de oitenta reais.
Num país de tanto enriquecimento instantâneo, em que jovens - que não são filhos de pais ricos e tampouco, receberam heranças ou prêmios milionários da loteria esportiva -, tornam-se milionários somente por terem gens na política é, no mínimo, humilhante, tanto para o povo quanto para os seus médicos.
O médico está tão desvalorizado profissionalmente, que o maior perdedor é o brasileiro de segunda classe, maioria absoluta neste país.
A desmotivação do médico que atende planos de saúde e perdeu a sua autonomia profissional, também retirou o direito do paciente, chegando ao impensável protesto das greves e passeatas.
Tudo para reivindicar respeito ao seu trabalho e pacientes. Pelo menos isonomia salarial com a consulta de um técnico prático de eletrodomésticos.
Atualmente os planos de saúde, impõem muitas restrições ao exercício da boa medicina, e paga no máximo, por uma consulta médica, cerca de vinte e cinco reais líquidos.
Esse valor tem efeito dominó, achatando os honorários de todos os procedimentos médicos.
Prestem atenção que estou me referindo aos preços de consultas de planos de saúde. Se comparar com os quase dez reais pagos pelo SUS, iremos descobrir a ponta do iceberg da falência da saúde no Brasil.
Os planos de saúde são filhos da incompetência do poder público, segundo a Constituição Brasileira. O SUS está condenado a causar enormes prejuízos aos profissionais médicos, e principalmente, à população.
Chegou o momento de parar de enrolar a nossa gente, com mudanças de organogramas, discursos, promessas, e principalmente, no caso do nosso Estado das OSS, não como solução, mas para terceirização dos nossos problemas.
O sucateamento da saúde, repito, é consequência da falta de financiamento público e sutura no sangramento crônico da corrupção.
Não é possível que, entra governo, sai governo, essa praga continue colocando em anemia este gigante pela própria natureza!
A sucessora deve estar horrorizada com a herança que recebeu. O pior é que durante anos conviveu com todo esse pessoal, e não percebeu nada que sugerisse desvio de comportamento.
A faxina em apenas um ministério montado por pessoas de confiança do seu criador, já contabilizou inúmeras demissões. E os outros ministérios?
Enquanto isso ninguém se interessa pela saúde do produtor das riquezas dessa nação. Haverá faxina na área da saúde?
Assim não dá mais para continuar, e o pessoal de Brasília sabe muito bem disso. O cinto apertou para eles.
O resultado são médicos descontentes com as condições de trabalho oferecidos pelo governo, os honorários da tabela SUS, e de planos de saúde.
Salários vergonha, medicina de péssima qualidade para brasileiros de segunda categoria, contrariando mais uma vez a nossa Constituição, que não reconhece essa classificação existente na prática.
Todos nós somos iguais perante as leis.
Será?
Gabriel Novis Neves
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