terça-feira, 20 de setembro de 2011

Reforma política

Durante a última campanha presidencial o tema central das prioridades de todos os candidatos foi o mesmo: reformas!

O Brasil precisa se modernizar para ser mais competitivo. Para que isto aconteça, profundas reformas em nosso modelo gerencial têm que ser feitas.

As prioritárias reformas do programa eleitoral gratuito eram as da Previdência, Saúde, Educação, Tributária e, para encurtar a lista, a famosa reforma política, causadora dos nossos maiores males.

A estrela dessas reformas era a da política, que discute desde o financiamento público das campanhas, até o voto distrital. Eu nunca entendi como funcionaria esse tal do voto distrital em um país-curral, de oligarquias, coronéis, negociantes, corruptos e de protegidos pelo manto da impunidade.

Estudei o tema que nunca foi explicado ao eleitor. Na essência, a proposta é boa. Tem como objetivo reduzir o número altíssimo de candidatos, fazendo baixar o preço da campanha.

Enterra o efeito Tiririca, que teve tantos votos que, na sua sobra, foi para Brasília um grupo manjado, tendo à frente o Waldemar - aquele que renunciou o seu mandato para não ser cassado.

Mesmo rejeitado pelo povo do seu Estado, entrou no Congresso Nacional montado nas sobras de votos do palhaço Tiririca, tremulando a bandeira do partido dos ruralistas e do ministério atingido em primeiro lugar pela faxina da presidente.

Outra vantagem que consta no documento, é que o Tesouro Nacional não sofreria tantos assaltos, ficando com uma reserva para programas sociais.

Simples entender essa poupança. As vergonhosas emendas parlamentares não ficariam sujeitas aos sindicatos, lobistas e outras pragas envolvidas na elaboração e liberação desses recursos de destinos marcados.

No país em que todo mundo faz que não sabia de nada, essas emendas foram uma invenção do executivo para subornar os nossos representantes.

São Francisco de Assis foi o grande inspirador - “É dando que se recebe".

Recentemente o nosso esclarecido presidente FHC, ao completar oitenta anos, afirmou abertamente que as coisas no Brasil funcionam na base do toma-lá-dá-cá.

O voto distrital, sem nenhum tratamento antiético no seu longo percurso para aprovação e sanção presidencial, colocaria um ponto final na oração de São Francisco.

Com a “lei” em vigor do toma-lá-dá-cá, é impossível a aprovação do voto distrital. Também não é interessante para o governo perder a sua grande arma de convencimento cívico, feita pelo bolso, meias, cuecas, bolsas; nem os nossos representantes gostariam de perder essa substanciosa merenda.

Mesmo com um Congresso fortalecido e independente, sinceramente não acredito na aprovação do voto distrital nos próximos quarenta anos, prazo que o ministério da Educação informou diante do último resultado do Enem para a melhoria da nossa educação.


Gabriel Novis Neves

16-09-2011

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