quarta-feira, 7 de setembro de 2011

FALA DA PRESIDENTE

Nas últimas eleições votei em Marina Silva pela sua história de vida e seu DNA amazônico.

Marina venceu a morte biológica e a morte da ignorância.

A candidata Dilma - humilhada o tempo todo pelo seu maior cabo eleitoral, que a chamava de poste - despertava simpatia entre os mais antigos, que aplaudiam a sua conversão da luta armada pelo trabalhismo do grande líder Leonel de Moura Brizola.

Exerceu no governo do PDT gaúcho, o primeiro cargo público democrático.

Eleita Presidente do Brasil, teve que engolir muitos sapos na formação do seu primeiro ministério, por imposições do sapo barbudo - apelido com que o seu líder Brizola batizou o ex-presidente em 1989.

Manteve durante o período de quarentena um rigoroso silêncio para o barco não virar.

A gota que encerrou esse período, coincidiu com o escândalo no Ministério dos Transportes.

A presidente não tolera corrupção, nem mesmo a herdada. Sabe de tudo e toma providências cirúrgicas denominadas, pela imprensa, como Operação Faxina.

Nada de jogar o lixo debaixo dos tapetes ou dizer que não sabia de nada.

Com o estilo de faxineira, vários ministros, que por pura coincidência, eram todos cupinchas do ex, receberam o cartão vermelho.

Na lista há um monte esperando a vez. Até as meninas do sul que ela convocou para ajudá-la, serão faxinadas.

Com todo o cuidado para não quebrar os cristais, a presidente está no seu limite do cale-te boca.

Após uma recente visita aos operários em Minas Gerais, provocada pela imprensa sobre a calamidade que se encontra a Saúde Pública no Brasil, foi curta e grossa na sua resposta.

“Classifico como demagogos aqueles que propõem melhoria no sistema de saúde brasileiro, sem indicar fontes de recursos para investir no setor.”

Sem citar nomes ela afirmou que “mente para a população quem defende um avanço na área sem a injeção de verbas.”

Segundo a presidente, o governo tem que oferecer um serviço de qualidade, mas para isso, é preciso investir muito em saúde.

“Quem falar que resolve isso sem dinheiro é demagogo. Mente para o povo.”

Presidente, a senhora acaba de reabilitar a classe médica brasileira, e tem quebrado paradigmas.

Com firmeza, demonstrando que está no poder, não pelo poder, fez chover carapuças.

O povo brasileiro foi iludido, e a senhora teve a ética de denunciar que o SUS não está quase atingindo a perfeição, como repetidas vezes afirmou o seu antecessor.

Colocou o dedo na ferida, afirmando subliminarmente, o que o professor Jatene diagnosticou no governo Collor: que o principal problema do setor era o financiamento deficitário.

Jatene conseguiu que o Congresso Nacional aprovasse a CPMF por prazo determinado. Esses recursos seriam destinados totalmente para atender o crescimento do Brasil e a modernidade tecnológica no setor.

O povo logo apelidou de imposto do cheque.

O dinheiro entrou no bolo do Tesouro e não foi destinado à saúde. Adib Jatene percebeu a traição ao povo brasileiro, especialmente aos menos favorecidos. Pediu demissão do cargo de Ministro da Saúde e retornou para o seu consultório em São Paulo.

Os governos seguintes, de FHC e LULA, fizeram que não sabiam de nada e distribuíram o dinheiro da saúde para outras atividade menos nobres e de mais votos.

Os dois espertalhões acabaram com a saúde pública, mas conseguiram se reeleger.

Há alguns anos ouço na minha cidade uma orquestração oficial, talvez bancada com o dinheiro da saúde, que a péssima qualidade da saúde oferecida pelo governo, não era por falta de dinheiro, e sim, por má gestão.

Leigos foram chamados para realizar a boa gestão, com a grande obra de implantar dentro da Secretaria Estadual de Saúde, uma delegacia de polícia para prender os mafiosos trabalhadores de saúde.

A resposta foi dada pela presidente Dilma aos responsáveis por essa situação em nosso Estado: “Demagogos e Mentirosos.”

Obrigado, presidente, pela fala!


Gabriel Novis Neves

02-09-2011

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