quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Acorda!

Senhor governador!

Estou com receio. A violência tomou conta da nossa cidade e do nosso Estado. Estamos vivendo um momento social muito delicado. Delicado porque o ato de matar está sendo banalizado. A morte ronda assustadoramente a todos. O combate à violência parece-me que tem sido colocado em um patamar onde não deveria estar.

Além do receio com a violência, que mata, outro maior me acomete. A atenção exagerada às atividades da Copa do Mundo de 2014 em detrimento a todas as outras atenções básicas de que a população necessita para a sua sobrevivência.

O descaso com a saúde pública, mata. A educação de péssima qualidade, com os professores sem condições de trabalho e salários de fome, mata. Mata o futuro desse Estado.

O trânsito deseducado, mata mais que em muitas guerras no Oriente Médio. O desvio de conduta dos líderes, mata. O escândalo dos nossos governantes com a coisa pública, mata.

Presídio superlotado, mata. Menor abandonado, mata.

O último resultado do exame do Enem, mata. A produtividade da nossa saúde pública, mata. Mandado judicial não cumprido, mata. A fome, mata. O desperdício, mata. A corrupção, mata. Conflito de terra, mata. Salários e benefícios super inflados para algumas categorias profissionais, mata. Artifício nos holerites para alguns receberem acima do teto constitucional, mata.

É como uma hemorragia interna. Ninguém vê o sangue, mas reconhece que o paciente perde sangue. Mato Grosso está sangrando, perdendo dinheiro, cuja falta, mata.

Alguma medida tem que ser urgentemente tomada pelo governo, ou pela futura secretaria da Copa, para dar um basta nessa situação.

Repito, senhor governador: o senhor não é responsável por essa matança toda. Só que, agora, ela adquiriu níveis insuportáveis de tolerância.

São erros do passado que vêm se acumulando.

Chegou nessa situação de calamidade pública, por não ter ocorrido aos nossos governantes nenhuma proposta que fizesse com que, realmente, a morte não se transformasse em nossa companheira fora de hora. Uma proposta que pudesse, ao menos, nos tranquilizar.

Nada, nada foi feito.

Para acalmar a nossa população, refém de marginais, não tenho notícia de nenhuma caravana que saiu daqui de jatinho, e voltou de madrugada trazendo, por exemplo, uma notícia alvissareira de ajuda do governo federal.

Quando há dificuldades de recursos para as obras atrasadas da Copa, ou pressionar o Congresso Nacional para a criação de novos impostos, o jatinho do governo decola lotado para Brasília, e horas depois retorna. Na ocasião é dito, por todos os passageiros, que as nossas reivindicações estão avançadas. Passado o tempo nada é resolvido e tudo não passou de um grande mal entendido, como foi o recente fracasso da Emenda Constitucional 29 que destinava maiores recursos para a saúde pública!

Governador, o senhor está comandando este Estado há mais de um ano e, nesse período, a criminalidade aumentou. Nada foi apresentado à população, a não ser greves, advertências à Polícia Civil e descontentamento generalizado dos policiais militares que estão nos quartéis protegendo a população.

Muitos estão em serviços burocráticos e como seguranças das nossas incontáveis autoridades.

O povo eleitor sabe disso e não está nem um pouquinho satisfeito com essa situação.

Senhor governador, chame o deputado federal Romário para tomar conta da Copa do Mundo aqui.

O senhor fará uma baita economia com a extinção da autarquia. Com esse dinheiro, que não é pouco, teremos uma segurança pública mais equipada e eficiente. Diminuirá o número de mortes. A população voltará a acreditar nas ações do governo.

E o Romário convocará apenas Jesus Cristo para salvar a Copa, segundo suas declarações quando aqui esteve.

Acorda, minha gente!


Gabriel Novis Neves

21-09-2011

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