domingo, 27 de junho de 2010

A moda pegou

Sou um velho apreciador do futebol arte. Da época dos ídolos forjados pela excelência do seu futebol. “Mata no peito, deixa a redonda escorrer pelo seu corpo, olha para os lados, dribla um, dois e faz um lançamento de 40 metros, colocando o companheiro na cara do gol.” Como era lindo o espetáculo de uma partida de futebol! Esses ídolos populares, que assinavam contratos em branco, dificilmente mudavam de time a não ser para servir à Seleção Brasileira.

Os jogadores brasileiros que jogavam no exterior não podiam ser convocados. Essa história terminou na Copa de 1974, em que a participação do Brasil com “estrangeiro” foi um desastre. Atualmente a seleção canarinho possui jogadores nascidos no Brasil, mas funcionários muito bem pagos pelas empresas de futebol estrangeiras. Existem dois tipos de jogadores, os craques de times e os de seleção. Todos os apaixonados pelo futebol logo identificarão o que estou dizendo.

O caso mais marcante dos últimos anos foi de um ídolo do clube mais popular do Brasil. No clube ganhou todos os títulos que um clube tem direito. Na Seleção Brasileira, em três Copas do Mundo que participou, nunca trouxe o caneco para casa. Na primeira convocação, foi “Campeão Moral”. Na segunda, participou da seleção que “encantou o mundo e perdeu a Copa”. Na sua última tentativa, deixou como recordação um pênalti perdido, que eliminou o Brasil. Sempre voltou das Copas com as mãos abanando. No clube continuava sendo um jogador fora de série. No final da carreira foi pegar uns dólares em clubes pequenos da Itália, onde não ganhou títulos. Depois encerrou a carreira de jogador em um clube japonês, de uma indústria de materiais eletrônicos. Voltou ao Brasil milionário. Alguém da CBF entendeu que ele era um exímio estrategista em futebol. Acompanha o vitorioso e velho Lobo à Copa da França, como auxiliar técnico. A sua maior contribuição para a façanha do vexame da seleção canarinho, foi o corte do nosso principal artilheiro – o Baixinho da Copa de 94, e a sugestão para o velho Lobo escalar um jogador, que acabara de ter alta hospitalar, com um diagnóstico não muito bem esclarecido. O resultado é lembrado por todos: Zidane 3X0 Brasil. Não é que na Copa do Japão ele foi técnico da seleção do Japão? Pobre dos “japonas”! – foram eliminados precocemente.

A seleção do Japão se classificou para continuar na Copa da África vencendo a favorita Dinamarca, pelo placar de 3X1, com dois gols em cobranças de falta. Sem que ninguém perguntasse, sabem o que disse o ex-técnico do Japão? “O mérito da vitoria do Japão era dele, que ensinou o japonês a cobrar faltas.”

Depois dessa, desliguei a televisão, com a certeza que a megalomania, tão em moda neste país, pega.

Gabriel Novis Neves
25/06/2010

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