sexta-feira, 18 de outubro de 2024

JUSTIÇA


Em uma sociedade sempre existiram os ‘exaltados’ e os ‘esquecidos’.


Gostaria de ‘exaltar’ um dos ‘esquecidos’ na figura do padre Raimundo Pombo.


Corumbaense de nascimento e cuiabano de coração.


Salesiano e educador, exerceu o magistério por longos anos.


Esportista, teatrólogo, escritor, instruiu gerações de mato-grossenses.


Corajoso, deixou a batina para participar da política partidária.


Candidato às eleições majoritárias, obteve votações extraordinárias.


Morreu pobre e esquecido dos seus ‘amigos’ políticos, acompanhado do seu irmão padre Nelson, no colégio salesiano do Coxipó da Ponte.


Vítima de um grave acidente vascular cerebral, quando morava sozinho em um apartamento no edifício Maria Joaquina, no centro de Cuiabá.


Padre Pombo não tinha recursos nem aposentadoria.


O então governador Júlio Campos encaminhou mensagem à Assembleia Legislativa propondo quatro salários mínimos de aposentadoria ao padre Pombo.


Ele precisava pagar um cuidador vinte e quatro horas por dia, um fisioterapeuta diário e os medicamentos sempre caros.


Alguns ex-alunos completavam o que faltava.


Padre Pombo tinha uma saúde de ferro, nunca adoeceu, acreditava na ‘ação milagrosa do ozônio’, praticava esportes e era o ‘dono’ do Conselho Estadual de Educação.


Quanto serviço prestado como presidente do conselho estadual de educação!


Ajudou na viabilização do ensino superior em Mato Grosso.


Era um entusiasta das artes cênicas, sendo ator, diretor e produtor de peças teatrais.


Ele presidente do conselho estadual e eu secretário de educação, percorremos o Estado.


Íamos ao MEC em Brasília, onde ele era muito conhecido e respeitado, especialmente no fundo nacional do desenvolvimento da educação (FNDE) para ‘vender’ os nossos projetos.


Participamos de Congressos Nacionais de educação em vários estados brasileiros.


O padre Pombo é um dos nossos vultos históricos, esquecido e ignorado pelas gerações atuais.


Gabriel Novis Neves

12-09-2024






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