Para a população cuiabana se alegrar basta um chuvisco pela manhã, embora o termómetro na hora do almoço estivesse marcando 34º!
O asfalto da minha rua amanheceu molhado, bom para o meu jardim e sua cuidadora.
Se hoje não chover mais, o meu jardim será molhado à tarde.
O serviço de meteorologista avisa que irá chover à tarde e à noite.
Como esse serviço não tem credibilidade, vamos esperar para ver até quando teremos o céu com nuvens de queimadas.
Sinto saudades daquelas chuvaradas do meu tempo de criança, com raios e trovões.
Gostava de sentir o borrifo cair no meu rosto quando deitado no dormitório.
Os casarões antigos eram cobertos com telhas de barro, assentadas em ripas sem forros.
Os quartos mais escuros eram premiados por espaços com vidro.
A minha casa possuía dois corredores separados por uma porta que tinha a parte inferior inteira de madeira e a superior de madeira roliça, com chave, de maneira para ser visto por alguém de dentro de casa.
Os corredores eram os locais prediletos da gurizada para os jogos de botões, retirados dos casacos do meu pai, com exceção do goleiro que era uma caixa vazia de fósforo entupida de terra.
Telefone fixo pregado na parede e o enorme aparelho de rádio-eletrola em um canto que não atrapalhasse a passagem das pessoas.
Quatro enormes salas que serviam de dormitórios e ‘sala de visitas’.
A continuação dos corredores terminava na varanda onde a família se reunia para bater papo com ‘visitas mais caseiras’.
As ‘importantes’ eram recebidas na sala de visitas.
Após a varanda vinha a copa, lugar das nossas refeições, do pote de barro para a retirada da água que bebíamos, coberto com um prato de alumínio, com uma toalhinha de crochê feito pela minha mãe e o caneco de alumínio par a retirada da água.
Depois da copa vinha a cozinha, com fogão de lenha e forno de tijolos.
A banha de porco para preparar nossas refeições era comprada em latões de 20k e ficava ao lado do fogão.
Banheiro da família e ao lado local para passar ferro com brasa nas roupas da casa.
Como era gostosa a chuva de antigamente, com o quintal forrado de mangas!
Elas eram catadas e vendidas nos armazéns da rua do Meio.
Tudo passou tão rápido, deixando saudades das coisas simples da minha Cuiabá, como uma boa chuvarada.
Gabriel Novis Neves
17-10-2024
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