sexta-feira, 4 de outubro de 2024

RIQUEZAS DO RIO CUIABÁ



Não sei o motivo pelo qual os nossos dirigentes se esqueceram de explorar o turismo e as maravilhas encontradas ao longo do velho Cuiabá, rio abaixo.


Usina do Aricá com a sua chaminé resistindo ao tempo, Usina das Flechas verdadeiro descanso para a vista, Usina do Itaicy local onde nasceu a minha mãe Irene.


São belezas que nos encantam ao descer o rio Cuiabá, rico de histórias.


Esse passeio seria feito em embarcações de pequeno porte, com parada para o almoço, e retorno no mesmo dia.


Quanta sabedoria iria nos enriquecer com a arquitetura da época, e principalmente, as conversas com pescadores e ribeirinhos, possuidores de uma cultura própria.


Como é gostoso conversar com um ribeirinho e conhecer um pouco dos seus hábitos da vida!


Sua religiosidade, o relacionamento com seus vizinhos distantes, onde a canoa é o método seguro de transporte.


Número de filhos, lazer, e alimentos para a sua sustentabilidade.


A história de pescadores é rica de criatividade.


Certa ocasião fui ao velório de um ribeirinho em Várzea Grande.


A sala estava repleta de gente.


Comentei com um dos seus filhos o quanto ele era querido.


Como resposta ele me disse que todos que estavam na sala eram seus filhos.


Perguntei quantas vezes ele se casou, e o número de filhos.


Só casou com a minha mãe, e não sei o número de irmãos que tenho.


Meu pai desde menino descia e subia o rio Cuiabá, trazendo gêneros alimentícios para serem vendidos no Porto.


Quando descia o rio, parava para almoçar, conversar e namorar. No retorno, fazia o mesmo.


Aqui só namorava a minha mãe.


Quando retornava ao trabalho descendo o rio, suas namoradas ribeirinhas lhe davam a boa nova da sua gravidez.


Acredito que com os dezoito filhos com a minha mãe, e com os das ribeirinhas, deve chegar a trinta.


E o turismo abandona as histórias do Aricá, porto de apoio da navegação fluvial de mercadorias.


Da usina das Flechas, de produtos de cana de açúcar, e do Itaicy — que merece uma crônica.


Seu arquiteto veio da Europa, onde eram confeccionados os cartões postais da usina.


E pensar que está tudo abandonado?


Gabriel Novis Neves

17-09-2024



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