É
alarmante a desinformação em nosso país no que se refere à educação sexual,
matéria que deveria fazer parte de todos os currículos escolares.
Desde
1981, quando surgiram as primeiras mortes ocasionadas pelo vírus HIV, nenhuma
outra campanha intensa de conscientização no tocante à profilaxia da doença foi
feita.
Os
jovens atuais, com a onipotência própria da idade, não se sentem ameaçados pela
gravidade dessa doença, já que não foram testemunhas dessas mortes e por já
estarem convivendo com a possibilidade de tratamento eficaz de controle
sintomático.
O
que precisa ser dito é que esse controle promove apenas uma boa qualidade de
vida por mais tempo, não tendo, entretanto, efeito curativo.
Em
consequência da AIDS cerca de 12.000 mortes anuais ocorrem no Brasil.
É
gravíssimo o aumento do número de novos casos. Nos últimos dois anos foram
42.000.
Atualmente
já é fornecida pelo nosso serviço de saúde, gratuitamente, medicação preventiva
que, se usada até 72 horas após uma relação considerada de risco, poderá
impedir o aparecimento de um soropositivo.
Trata-se
de uma substância que faz parte da composição do cocktail controlador da AIDS e
que se mostra extremamente eficaz nessas primeiras horas de possibilidade de
contaminação.
Isso
sem falar nos preservativos, sem os quais os prazeres da carne podem se
transformar em pesadelos futuros.
Os
enormes preconceitos, que seguem firmes através dos tempos, também fazem com
que o indivíduo HIV positivo continue sendo extremamente discriminado, o que só
faz agravar a disseminação da doença.
Triste
imaginar que a faixa etária mais atingida é dos 19 aos 25 anos, justo quando os
arroubos sexuais ocorrem com mais intensidade e que a crença na
invulnerabilidade é total.
É
preciso que se divulgue que a AIDS foi apenas controlada através de medicação,
mas que continua uma doença incurável uma vez estabelecida.
Somente
a profilaxia poderá formar uma juventude saudável num momento em que
conseguimos a tão sonhada liberdade sexual.
Persiste,
lamentavelmente, o tabu em relação ao sexo, palavra proibida em todos os
ambientes, inclusive os escolares, que seriam os mais apropriados ao
esclarecimento franco e sem barreiras.
Ao
contrário, vivemos numa sociedade em que a alta tecnologia não foi acompanhada
pela abertura das ideias que continuam arcaicas e hipócritas.
Gabriel
Novis Neves
01-12-2014
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