Assim
como as pessoas, os meses também apresentam suas peculiaridades.
Dezembro
é o mês das festas de confraternização onde, quase sempre, reina a hipocrisia.
Nunca se finge tanto como nos últimos dias do ano.
São
votos de felicidades pra cá, abraços de alegria pra lá, troca de presentes
sempre elogiados com sorrisos forçados.
Beijinhos
de Judas, abraços de tamanduá e palavras sem compromissos com a realidade
reforçam o falso cenário de solidariedade com decoração tradicional.
A
festa do amigo oculto e o décimo terceiro salário são instrumentos para alegrar
o consumismo induzido pela mídia.
Cuiabá
tem onze mil pessoas com renda mensal inferior a setenta reais - considerado
pelo governo federal como de extrema pobreza. Não contando vinte e cinco mil e
quinhentas vivendo com recursos do Programa Bolsa Família e outras tantas já
cadastradas e na fila de espera para receberem o benefício.
No
mês em que os cristãos comemoram o nascimento de seu Cristo Jesus, a ajuda
mútua entre pessoas inexiste.
Para
alguns, dezembro é mês de alegria e comemorações.
Para
mim, período de tristeza por observar tanta futilidade com aspecto de
deslealdade.
Devemos
ser iguais sempre, e não apenas artificialmente caridosos no mês-rei do
consumismo.
A
melancolia me maltrata neste período do ano, pois fica exposta a desigualdade
entre as diversas camadas da nossa sociedade.
A
reflexão necessária nesses dias ficou profanada pelo consumismo das promoções
do comércio, com fundo musical das músicas natalinas.
O
roliço profissional Papai Noel de barbas brancas, roupas e gorros vermelhos,
carregando sacos de presentes, completam a alegria dos empresários e a ilusão
das crianças.
Dezembro
deveria ser um mês sagrado, e não apenas de idolatria ao consumismo
inconsequente e profano.
Os
vendilhões da felicidade um dia foram expulsos do templo por Cristo.
Nesse
dezembro o que me encantaria mesmo seria vislumbrar dias com menos mentiras e
mais realizações, coisas das quais o nosso país anda tão ressentido.
“... ponde no coração do homem a compaixão e a
caridade!” – assim rogava Cáritas.
Que
o Papai Noel não traga presentes, mas traga ESPERANÇA.
Gabriel
Novis Neves
14-12-2014
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