terça-feira, 9 de dezembro de 2014

MATANÇA MEXICANA


E a violência continua desenfreada no mundo, e cada dia com mais impetuosidade.
Dessa vez, na pequena cidade mexicana de Iguala, quarenta e três jovens, pertencentes a escolas rurais locais, foram queimados vivos pelo narcotráfico e jogados em um rio.
Tudo porque questionaram a conduta política do prefeito da cidade e a de sua mulher.
Diante de tanta barbárie, pais e mães aflitos clamam por justiça. Os clamores, agora também de professores, se espalharam pela cidade vizinha de Guerrero, onde fortes manifestações têm se sucedido no dia a dia.
Tudo isso tem um pano de fundo histórico.
A rota do tráfico era do Caribe para os Estados Unidos. A partir de 1998 houve uma transferência dessa rota para a América Central através do México.
O presidente eleito, Henrique Penã Neto, recebeu uma herança maldita, uma vez que as polícias municipais são controladas pelos partidos de centro esquerda, contrários ao regime atual.
Assim, como em várias partes do mundo, minorias impõem por meio de truculência suas práticas sanguinárias.
A verdade é que muito se fala nos horrores que vêm acontecendo na Síria, no Afeganistão, no Estado Islâmico, mas esquecemos de que, bem aqui, na fronteira do México com os Estados Unidos, ocorre uma violenta guerra civil com milhares de mortos, atualmente nem mais contabilizados pelo governo mexicano.
Tudo tendo o narcotráfico como sistema organizador.
Incrível imaginar que tudo acontece sob a chancela de um país democrático com governo eleito pelo povo através do voto convencional.
Triste pensar que numa intensidade menor a nossa realidade também é bastante assustadora.
Enquanto isso, na busca pelos culpados, as crises e guerras se alastram pelo mundo afora e a indústria armamentista agradece.
Fácil falar em democracia, difícil é exercê-la.

Gabriel Novis Neves
18-11-2014

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