Lá
se vão os tempos em que apenas economistas e pessoas ligadas ao sistema
financeiro tomavam conhecimento das agruras ou das perspectivas de
desenvolvimento do seu país.
Depois
da chegada da imprensa e, atualmente, da Internet, fomos todos transformados em
pequenos professores de economia.
Diariamente
recebemos pela mídia notícias nada animadoras sobre o próximo ano. O que mais
nos recomendam nessas mensagens de terror é o arrocho nas nossas gastanças.
Economizar
ao máximo é a previsão mais otimista que os especialistas em economia nos
recomendam.
Como
precaução seria bom que esse aperto fosse iniciado por ocasião das próximas
festas natalinas.
Claro
que essas sugestões só atingem a classe média, a mais alongada e sacrificada da
sociedade.
Aqueles
que estão na base da pirâmide social e econômica vivem na linha de pobreza ou
extrema miséria.
Os
privilegiados, do topo cada vez em menor número, não estão nem aí para esses
probleminhas de caixa do nosso Tesouro Nacional.
O
terrorismo lançado sobre o próximo ano está a produzir reflexões angustiantes
na classe média, e muitos até pensam em abandonar o país à procura de paz e
novas oportunidades.
A
falta de perspectivas está neurotizando a nossa gente, submetida a todo tipo de
violência e humilhação.
Nesse
quesito também ocupamos lugar de destaque no ranking dos países mais violentos
do planeta.
Sem
políticas sociais realmente efetivas e com a corrupção endêmica perdemos nossas
imunidades civilizatórias.
Torço
para que as previsões dos especialistas em economia se transformem em um
tremendo blefe.
Não
merecemos tanta crueldade ferindo nossos direitos fundamentais – educação,
saúde, trabalho, segurança e emprego.
O
Brasil precisa acordar desse imenso pesadelo.
“Algum dia, em qualquer parte, em qualquer
lugar, indefectivelmente encontrar-te-ás a ti mesmo e essa, só essa, pode ser a
mais feliz ou a mais amarga das tuas horas” - Pablo Neruda.
Gabriel
Novis Neves
02-12-2014
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