Quanto
mais estudo ciências sociais, mais me sinto frustrado. Estamos caminhando há
séculos por estradas vicinais ao desenvolvimento humano.
Enquanto
nações pobres conseguem nos ultrapassar em qualidade de vida pela estrada da
correta educação, permanecemos em estado de verdadeira letargia, mentindo para
nós mesmos.
De
acordo com os últimos dados sociais e econômicos divulgados pelos organismos
competentes, tenho a nítida impressão de que estamos a caminho do
empobrecimento, sobre todos os aspectos.
O
cidadão brasileiro não conhece os seus direitos, logo, não vivemos em uma
democracia que expresse a opinião nacional.
Na
hora de votar cada eleitor está pensando em sua sobrevivência.
Quem
define o resultado das eleições são as nossas necessidades, e isso tem um preço
altíssimo.
Nosso
maior vexame continua sendo a péssima qualidade do ensino.
Apenas
o ensino fundamental que está, equivocadamente, universalizado. O pior é que a
nossa escola não ensina cidadania às crianças.
Há
oferta de uma infinidade de disciplinas que não “abrem a cabeça do aluno”,
afastando-o do aprendizado. É um crime contra a pátria.
Sabemos
que quem decide eleições em países como o nosso, considerado em
desenvolvimento, são aqueles maiores de dezesseis anos, que não tiveram
oportunidade de acesso a uma boa escolaridade.
A
nossa atual escola cria, em sua maioria, desigualdades sociais, e hoje
carregamos esse troféu no grupo dos países marginalizados do desenvolvimento
social e econômico.
Esse
é o nosso presente, onde ainda estão vivos na nossa memória fatos como a saída
do Collor do governo, o mensalão e, recentemente, o assalto à Petrobrás.
Recordamos
com emoções extremamente penosas esses momentos que ainda, de muito recentes,
não passaram à nossa história.
A
opinião pública não elege presidentes. Quem tem bolsa família vai se incomodar
com a corrupção ao votar?
Mais
sensíveis aos assaltos cometidos por agentes públicos contra o erário público e
sobre o comportamento aético dos nossos políticos e governantes, são os
pertencentes à classe média, os profissionais liberais, enfim, todos muito
sobrecarregados com os altos impostos pagos.
Com
a população educada, informada, independente das bolsas para sobrevier, nasce a
opinião pública capaz de mexer no tabuleiro do xadrez político alterando seus
resultados.
O
governo, porém, nega este instrumento à nossa gente, com o propósito único de
se perpetuar no poder.
O
Brasil precisa criar uma identidade. Precisamos urgentemente do surgimento de
figuras modelares para se tornarem heróis nacionais.
Consta
que temos apenas um herói nacional – Tiradentes.
Outros
que aparecem nos livros escolares são contestados.
Mitos
povoam nossa imaginação, a começar por aquele que diz que o povo brasileiro é
cordial.
Acreditamos
viver em uma República Democrática. República é virtude, bom governo.
Democracia é inclusão social.
Avançamos
um pouco no terreno democrático. No entanto, na república, não progredimos
muito, e os escândalos de corrupção estão aí para comprovar.
Conquistamos
o direito ao voto para elegermos nossos representantes. Mas, todos sabem que
não é bem assim.
Não
é um direito, é uma obrigação – um convite à corrupção.
Obrigatório
deveria ser o ensino e a cidadania, caminhos únicos para alcançarmos a
qualidade de vida para todos.
Gabriel
Novis Neves
24-11-2014
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