terça-feira, 25 de março de 2014

POBRE AMÉRICA LATINA

Há quatrocentos anos já existia  dezesseis das vinte cidades mais populosas da América Latina.
Deixaram-se enfraquecer, progressivamente, graças à inércia em coibir a exploração internacional através dos séculos.
Afinal, até num sentido mais amplo, inclusive pessoal, ninguém faz nada desde que o outro não permita.
Desde o descobrimento, até os nossos dias, o Brasil vive dominado pelo capital europeu e, posteriormente, pelo norte americano. Isso é um fato.
Somos grandes produtores de petróleo, ferro, cobre, carne, frutas, café, matérias prima, todas eles fontes de altos lucros  para os países que as consomem e, muito menos, para nós, que os produzimos.
A pecha da derrota e da submissão nos acompanha desde que fomos descobertos, e parece arraigada no inconsciente coletivo  do brasileiro.
Com o mercado de consumo não existe preços justos, existe a livre comercialização. A opressão do mais forte em cima do mais fraco é consequência imediata.
Quando se ouve dizer, por exemplo, que os Estados Unidos fazem concessões ao capital de outros países?
Nós, intrinsecamente subdesenvolvidos, absorvemos isso como um destino histórico.
O presidente norte americano Woodrow Wilson, em 1913, já preconizava que “um país é possuído e dominado pelo capital que nele se tenha investido”.
A prática mostra isso como verdade absoluta.
Consequência disso é que os Estados Unidos são para o mundo, a América. Enquanto nós outros, somos a América Latina, uma América de segunda classe, nebulosa como identificação.
O pensador uruguaio Galeano, um dos mais expressivos da época atual, classifica a América Latina como a região “das veias abertas”.
Nossas riquezas geram a vitória alheia, e nessa, está sempre implícita a nossa derrota.
Dizem que somos ainda um país muito novo. Mas será realmente só isso?
Quantos séculos mais serão necessários para dialogar e comercializar com outros países em termos de igualdade?
Talvez no dia em que acreditarmos mais em nossas capacidades e tornarmo-nos menos submissos?

Gabriel Novis Neves
24-02-2014

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