Tenho
muito receio de ser homenageado após o encerramento do meu ciclo vital.
Não
é invencionice minha, mas fatos reais que observo.
Vivemos
em um país onde não se preza a memória. É comum, passado algum tempo da
homenagem, muitas vezes erroneamente recebidas em vida, esse gesto ser anulado.
Outros supostos merecedores entram no lugar daquele que, simplesmente, foi
substituído.
Trocam-se
nomes de logradouros públicos de acordo com as conveniências do momento.
A
indignação daqueles que prezam a memória se manifesta em artigos publicados
pela mídia.
O
troca-troca de nomes de logradouros públicos é fato empregado em todos os
Estados desta nação.
Apagado
o nosso passado, ficamos sem presente e sem entender o futuro.
Se
determinada pessoa, que julgamos não ser merecedora de honra oficial, em vez de
substituir o seu nome, deveríamos estudar a história e entender o porquê de
tamanha homenagem.
Nossa
ex-Cidade Verde já utilizou, e muito, essa prática do apagão do homenageado
original, negando assim aos jovens conhecer melhor as nossas circunstâncias
passadas.
Ruas,
avenidas, escolas, e até o nome do nosso Aeroporto Internacional e estádio de
futebol, foram vítimas desse nosso costume.
Mesmo
aqueles considerados merecedores das inoportunas homenagens teriam um castigo
muito mais cruel, expondo ao público o seu passado, que só o tempo interpreta
com sabedoria, em vez do irresponsável troca-troca.
Faltam
neste país mais educação e professores comprometidos com a história da verdade
da nossa vergonhosa escalada educacional.
Quando
isso acontecer, os fabricantes de títulos terão mais parcimônia nas suas
escolhas, pois saberão que, um dia, também serão julgados.
Gabriel Novis Neves
18-02-2014
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