sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Chuvas da primavera

Bastaram alguns chuviscos para a natureza agradecer e nos presentear com toda a sua riqueza. Os campos estão novamente verdes - nem parecendo com aqueles destruídos pelas queimadas.

As flores surgindo em seus aspectos multicoloridos. Os cajueiros, de tão carregados da nossa fruta símbolo, ficam arqueados, e alguns chegam a rastejar seus galhos com o peso da sua produção. E as mangas, amarelinhas, enfeitando o verde das folhas e dormindo no chão dos mangueirais da nossa cidade? Imperdível!

Como o nosso meio ambiente é grato quando não maltratado! Pintor nenhum do mundo seria capaz de produzir o mais belo dos quadros, comparado aos pintados pela generosidade da mãe natureza. Até os pássaros, ao amanhecer, em verdadeiras nuvens, deixam seus esconderijos para louvar a natureza.

Como é bela a primavera! Vida nova que se renova a cada ano. A cidade está alegre com a beleza que nos oferece a farra dos pássaros e o visual incomparável com o renascimento de tudo que foi queimado pelos contumazes e conhecidos predadores.

E como será que os moradores da cidade sentem a primavera? Não sentem. Continuam no mais cruel inverno - se fosse possível falar em inverno na calorenta Cuiabá.

No inverno as pessoas ficam reféns nos seus abrigos e muito bem protegidos das intempéries desta estação do ano. O homem desta cidade está na caverna, escondendo os seus medos, enquanto a natureza brinca com a beleza para elevar nossa autoestima.

Por ironia, será justamente neste clima de primavera que iremos decidir se continuaremos nas cavernas protetoras das atrocidades do poder ou participaremos da companhia do mundo alegre da primavera, sem ódios, solidários e igualitários.

O mundo que sonhamos não é o do poder, mas o da primavera.


Gabriel Novis Neves (7.5+101)

25-10-2010

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