terça-feira, 24 de novembro de 2009

A história do sofá

Uma das piadas mais antigas que conheço é aquela do português, que sempre ao sair para trabalhar, sua esposa recebia a visita do vizinho. De tanto assistir a repetição desta cena, o seu compadre, após muita reflexão, revela o fato ao amigo. Passado algum tempo e como a rotina continuava, o compadre cria coragem e pergunta ao português:

“- Que providencias você tomou com relação aquilo que lhe relatei?”

“- Estou em dívida com você. Joguei o sofá fora, onde a minha mulher namorava e o problema ficou resolvido. Muito obrigado pelo alerta.”

“- Não há de quê.” Respondeu melancolicamente o compadre.

“A Gazeta" de 15/16 de Novembro de 2009 traz a manchete, com direito a fotografia do secretário de comunicação de MT: "Estado faz operação pente-fino para coibir fraudes em licitações”.

A notícia é mais hilariante que a história do sofá do português. Primeiro pelo linguajar policialesco da matéria (pente-fino). Segundo que o governo não confia na sua Secretaria de Administração. Acha que ela não coíbe irregularidades nas licitações, e com este pente-fino dá uma resposta às denuncias que vêm ocorrendo e que devem aumentar com a proximidade do ano eleitoral. Essa força tarefa, que melhor seria chamada de força vergonha, será oficializada com a publicação de um decreto governamental.

Essa história de força tarefa não é parecida com a história do sofá? No sofá a honra da mulher do português foi lavada quando o sofá do amor proibido foi jogado fora. Com a força tarefa, como fica a honra do secretário de administração chamado de incompetente e toda a sua briosa equipe?

O governo reconhece que os mesmos não possuem condições técnicas de realizar uma licitação ética e que a corrupção aumenta em ano eleitoral. Acaba e enterra com a credibilidade dos pregões.

É assim que se resolvem problemas? Criando decretos?

Fantástica providência preventiva!

Gabriel Novis Neves
14-11-2009

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