quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Acredite se quiser

O Brasil está pessimamente colocado no ranking mundial com relação à educação. Este desempenho pífio, em uma área essencial ao desenvolvimento, impede o Brasil de pertencer ao time dos países que lideram o planeta Terra.

Há um esforço tremendo da mídia em confundir educação com “o cara” do Obama. É tão simples resolver o problema da educação! Só mesmo um país de mentirinha não consegue extirpar este tumor maligno - tudo tem que passar pela decisão política de investir recursos em educação. Em dez anos os resultados apareceriam.

A verdade é que o poder político não tem o mínimo interesse em mudar este quadro humilhante. Tivemos um candidato à Presidente da República - professor, ex-reitor e ex-ministro da educação - que elegeu uma só prioridade para o seu governo: educação. Abertas as urnas contabilizou 2% dos votos.

O quadro educacional no nosso Estado não é nada animador e só ganhamos de alguns grotões. Não é por acaso que profissionais felizardos “enchem a boca” para dizer que estudaram nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, França e Austrália. O sucesso educacional nacional não existe. É necessário um carimbo de grife estrangeira.

Estou fazendo estas considerações sobre o país campeão de analfabetos funcionais, evasão escolar e repetência para defender a nossa Universidade Estadual de Mato Grosso – a UNEMAT.

A UNEMAT tem sede em Cáceres e cursos em muitos municípios do Estado. Possui um corpo docente com doutores e mestres. É dependente dos escassos recursos do tesouro do Estado. Enfrenta toda sorte de dificuldades desde a sua criação. Está consolidada em crescimento e respeitada na área acadêmica. Conheço muitos dos seus professores e sei o que estou dizendo. A UNEMAT não possui autonomia financeira, e para sobreviver depende do humor dos plantonistas do poder. Houve um fiasco de proporções nacionais com relação ao maior concurso público do mundo.

O desgaste do governo é impressionante! Tive acesso a uma pesquisa e não acreditei no tamanho da catástrofe. A Assembléia Legislativa quer ouvir os responsáveis pela humilhação sofrida pelos brasileiros que procuram trabalhar através de um concurso. O governo é muito claro quando joga toda responsabilidade do erro na nossa querida Universidade Estadual que, como dependente financeira do tesouro, com toda certeza, foi obrigada a aceitar o trabalho.

Por pura covardia o autor da estúpida idéia de um concurso de dez mil vagas e trezentos mil candidatos, realizado no mesmo dia, não aparece. Esta idéia, assim como a sua aprovação, não foi da UNEMAT. Esta instituição de ensino superior, repito, deve ter sido obrigada a aceitar esta loucura, pois dos males talvez esse fosse o menor. Os verdadeiros responsáveis devem sair dos seus esconderijos e assumir o erro cometido. Todo mundo sabe quem são. Mas eles, os deuses da vaidade, preferem destruir uma Universidade a agir com lealdade ao contribuinte, confessando a verdade.

É difícil acreditar que, para salvar alguns votos e melhorar o imenso desgaste político, tem gente pensando em destruir uma instituição de ensino superior em Estado tão pobre.

Acredite se quiser, mas a intenção é esta.

Gabriel Novis Neves
Cuiabá, 25/11/2009

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