AS ESTATÍSTICAS

As estatísticas não são unânimes com relação à principal causa de óbito.

Meu avô me contava quando criança, que se alguém desejasse a morte de um ‘desafeto amigo’, bastava ‘contrariá-lo durante as refeições’.

Era zás-trás!

Como não ficar contrariado no mundo que vivemos?

Já acordamos com uma nova contrariedade, e dormimos contrariados.

A causa principal para mim, é a ‘burocracia’.

Ela é burra e está presente em todas às nossas demandas.

E se formos prestar atenção, quase sempre os assuntos banais são vítimas da burocracia, que nos traz preocupações e sofrimentos.

“Semana passada uma situação que me prejudicava e preocupava, seria resolvida no retorno das férias da funcionária chefe’.

Esta retornou e está ‘tomando pé da situação’.

Só depois ‘de se convencer do erro cometido’ dará uma situação na ‘pendenga’ que só me incomoda.

É um desgaste emocional tão grande, que enfraquece minhas forças para continuar lutando por tão pouco e conquistado com muito esforço.

Fico pensando em uma disciplina no curso de medicina chamada ‘desburocratização’, que salvaria muitas vidas.

Lembrei que há quarenta anos um dos brasileiros mais brilhantes, tentou implantar o ‘Ministério da Desburocratização’ na Esplanada dos Ministérios em Brasília.

Ele não vingou, vítima da burocracia arraigada em nós.

Muito defendem a burocracia como fator de ‘desenvolvimento social’, criando mais empregos para os burocratas.

Quantos mais burocratas, mais brasileiros com carteira de trabalho assinado.

Meu pai foi um empreendedor no início do século XX e deixou dois pedidos aos seus filhos:

“Façam um curso superior’ e depois ‘sigam os seus caminhos’.

Assim foi feito com dois médicos, um economista e outro bacharel em direito, entre os quatro homens.

Três mulheres normalistas, uma pedagoga e outra assistente social.

Todos casados e essa orientação paternal continua até hoje.

A burocracia leva ao aborrecimento causador de óbitos.

Gabriel Novis Neves

27-05-2024